Sala barulhenta, refeições engordativas

Não é só a TV que atrapalha a alimentação em casa. Sons altos e repetitivos, como os de um aspirador, também interferem no prato da família.

Informações de Gauchazh e matéria da Juliana Duarte para Revista Saúde É Vital Nº 399.

O papel da audição na nossa alimentação começou a ser estudado mais recentemente (Foto: Thinkstock)

Em um estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, pesquisadores gravaram o comportamento de 60 famílias durante uma refeição. Só que metade teve de escutar o ruído de um aspirador de pó entre uma garfada e outra. O resultado? Os pais dessa turma ingeriram mais cookies, refrigerantes diet e cenouras. Ou seja, provavelmente por estarem distraídos, eles abusaram de quase tudo.

Curiosamente, a barulheira não influenciou as atitudes das crianças – mas os cientistas menos atenção dos parentes.

“É uma situação ruim, uma vez que essa interação está associada a uma alimentação mais saudável”, analisa a psicóloga Barbara Fiese, autora do artigo.

Ela sugere que o café da manhã, o almoço e o jantar sejam sempre realizados em um ambiente tranquilo para que todos possam conversar sem distrações. Nada de televisão ou qualquer outra fonte de som que irrite ou tire a concentração à mesa.

O que se vê comumente são refeições feitas em ambientes barulhentos e cheios de distrações. Segundo a nutricionista da Rede Mundo Verde, Natalia Lautherbach, esse é um erro comum. Para ela, tão importante quanto comer alimentos saudáveis é fazer isto em um ambiente adequado.

Natalia explica que as refeições devem ser realizadas longe de televisão, celulares e demais aparelhos eletroeletrônicos. Almoçar em frente ao computador, por exemplo, prejudica a mastigação, já que distraída, a pessoa tende a praticamente “engolir” a comida, sem se dar conta. A mastigação é umas das principais fases do processo digestivo, já que os alimentos começam a ser digeridos na boca, pela ação das enzimas presentes na saliva. Como resultado, segundo ela, temos as dificuldades no processo e má absorção de nutrientes.


Quando estamos distraídos, não sentimos o sabor dos alimentos, aumentando a tendência a consumir maior quantidade que o necessário, já que comemos mais rápido e a liberação dos hormônios da saciedade ocorrem de forma mais lenta.

– O tempo de mastigação, a visão do alimento e a percepção de seu sabor são os pilares para que ocorra a produção satisfatória dos hormônios responsáveis pela saciedade. Sem isso, ingerimos maior quantidade de calorias, aumentando o risco de sobrepeso e obesidade – explica.

Natália chama atenção para outro problema à mesa: o comportamento e a interação que travamos com as pessoas que nos fazem companhia. Ela sustenta que, nessa hora, grandes discussões familiares ou reuniões de trabalho, por exemplo, devem ser evitados. O silêncio seria uma arma do corpo para se acostumar a relaxar e a digerir melhor os alimentos.

– Obviamente que almoçar na companhia de uma pessoa querida é bastante prazeroso. No entanto, o ato de falar na hora das refeições é prejudicial, uma vez que além de engasgos, pode ocorrer má digestão proveniente de falhas na mastigação. Quando falamos durante a refeição engolimos grande quantidade de ar, o que pode ocasionar quadros de flatulência. Portanto, moderação nas conversas durante as refeições é essencial – ensina.

Saiba como relaxar durante as refeições:

  • Preste atenção às suas sensações. Mesmo fora de casa, procure um lugar que lhe deixe confortável. Não hesite em trocar de restaurante, se for o caso;
  • Locais com som ambiente podem ser bastante úteis para relaxar;
  • Estar em um ambiente bem iluminado e arejado deve ser o seu objetivo;
  • Deixe o celular no silencioso e longe da mesa;
  • Evite locais com muita agitação e barulho;
  • Não frequente ambientes onde você tenha que comer em pé. Essa é a forma mais inadequada de alimentar-se.

Valorize também as refeições menores:

  • É consenso entre os nutricionistas que o número ideal de refeições gira em torno de cinco ou seis, e não apenas três, como faz a maioria das pessoas;
  • O ideal é alimentar-se a cada três horas. Preferencialmente, tome café da manhã, faça um lanche, almoce, lanche à tarde, jante e faça mais um pequeno lanche antes de dormir;
  • Carregue sempre opções de alimentos nutritivos, saborosos e práticos, como, por exemplo, barras de cereais, oleaginosas (castanhas, amêndoas, avelãs e nozes), frutas desidratadas e frutas in natura;
  • Entre as grandes refeições (desjejum, almoço e jantar) podem ser realizados “pequenos lanches”, com as opções acima descritas;
  • Estabeleça horários fixos para se alimentar e evitar “beliscar” entre as refeições estabelecidas por você.
Ambientes arejados e tranquilos devem ser privilegiados. Stock Photos, Divulgação / null


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