Líder LGBTQ+ é morto e tem partes íntimas mutiladas na Bahia

Ativista era conhecido por divulgar e promover eventos LGBT no sudoeste do Estado.

Por A Tarde.

Marcos Cruz Santana, 40 anos, foi mutilado e assassinado – Reprodução Redes Sociais

O corpo do líder LGBTQ+ de Itororó (a 547 quilômetros de Salvador), Marcos Cruz Santana, 40 anos, foi encontrado com diversas perfurações de faca na madrugada deste sábado, 18. Ele teve a genitália mutilada durante o crime.

A vítima, popularmente conhecida como “Marquinhos Tigresa”, foi achada por volta das 2h30. O ativista era conhecido por divulgar e promover eventos LGBTQ+ por toda a região do sudoeste do estado.

De acordo com o site Itororó Já, a população está inconformada com o crime. Marcos era considerado uma pessoa querida por causa de suas ações sociais. A motivação e a autoria do crime são investigadas pela polícia.

Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), disse que a morte do líder LGBTQ+ “é a mais concreta expressão da homofobia”, devido ao requinte de crueldade, caraterístico de crimes desta natureza. 

Ele, que era amigo pessoal de Marcos, afirmou ainda que solicitou a apoio da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) para investigar e prender os responsáveis pelo crime. Marcelo acredita que três homens teriam seduzido a vítima, torturando e matando-a em seguida. 

“Estes crimes ocorrem devido à impunidade, uma vez que os agressores, quando presos, não ficam por muito tempo na cadeia”, salienta ele.

O presidente do GGB ainda destacou que Marcos era uma pessoa boa e que ajudava a população em geral, não somente os homossexuais da região. Por isso, ele acredita que o crime teria sido cometido somente por homofobia, quando um LGBTQ+ é morto e agredido por sua condição de gênero ou sexual.  

Números alarmantes 

Até 15 de maio deste ano, 153 pessoas LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) foram mortos no Brasil. Deste total, 62 eram gays, 58 transgêneros (travestis e transexuais), 27 lésbicas, seis bissexuais, segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB).

No ano passado, foram assinados 445 LGBTQ+, o que representa uma vítima morta a cada 19 horas. O monitoramento anual é realizado pela entidade há 38 anos.



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