O estresse crônico relacionado ao trabalho, chamado Síndrome de Burnot, foi considerado como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Comum na sociedade moderna, cada vez mais acelerada, o estresse não é de todo ruim. Ele é uma resposta do corpo a uma situação limite: nosso organismo libera substâncias, como o cortisol e a adrenalina, que proporcionam maior vigilância, atenção e oxigenação de todo o corpo. Esse mecanismo serve para reagir a determinada situação que se apresenta como um risco. O problema ocorre quando essa reação passa a ser constante.
— O estresse crônico faz com que a liberação dessas substâncias sejam constantes. Isso gera reações indesejáveis no nosso organismo, como insônia, perda de qualidade do sono, falta de apetite ou compulsão alimentar, aumento de pressão arterial e de peso, alteração de colesterol — lista André Murad, endocrinologista do grupo Fleury.
Irritabilidade, agressividade e intolerância são alguns dos sinais emocionais de estresse, os sintomas podem ser diversos.
- fadiga
- desgaste
- mal estar
- cansaço
- esgotamento
- aumento da vigilância
- dificuldade em relaxar e descansar
- desânimo
- tristeza
- sensação de fracasso
- dificuldade de sentir prazer
- alteração do sono.
O estresse crônico relacionado ao trabalho, chamado Síndrome de Burnot, foi considerado como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a Isma-BR (representante da Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse), 72% dos brasileiros que trabalham sofrem alguma sequela provocada pelo estresse elevado.
— Normalmente observamos uma grande perda na qualidade dos nossos relacionamentos, pois estamos menos tolerantes conosco e com as outras pessoas — diz Livia Marques, psicóloga organizacional e clínica, com foco em terapia cognitivo-comportamental.
De acordo com André Murad, viver estressado pode ser um gatilho para o desenvolvimento de outra doença: a fibromialgia.
— Essa condição é frequentemente associada a altos níveis de ansiedade, insônia e estresse crônico. Pessoas com fibromialgia são mais sensíveis a dores que não impactam tanto a vida das demais pessoas.
O que é o estresse fisiológico?
Fisiologicamente, o estresse age sobre as glândulas suprarrenais também chamadas de adrenais. São elas que secretam os hormônios como a adrenalina e o cortisol como uma resposta para contornar a situação. Quando são saudáveis, as glândulas suprarrenais aumentam a produção destes hormônios como forma de autodefesa em uma situação de estresse.
Assim, em estado de alerta causado por estes hormônios, nosso corpo é capaz de contornar a situação, num caso de risco. Esta seria uma reação normal, de autodefesa humana. O problema é que o estresse, cada vez mais, tem se tornado crônico.
A liberação em excesso destes hormônios causam insônia, fadiga, depressão, irritabilidade, compulsão (normalmente por doces), baixa imunidade e dificuldades digestivas. Além disso, o cortisol tem relação direta com o acúmulo de gordura, especificamente na região abdominal. A seguir, conheça seis alimentos que provocam o estresse fisiológico.
Fuja deles para evitar estresse do organismo
1. Álcool A bebida alcoólica é uma das maiores responsáveis pela produção de adrenalina que aumenta a tensão nervosa, irritabilidade e insônia. “Se você bebe para relaxar, saiba o efeito no seu organismo é o oposto”, revela a especialista.
2. Chocolate e refrigerante Fontes de açúcar muito excessivas exaurem as glândulas suprarrenais responsáveis por lidar com a tensão. O organismo precisa trabalhar muito para se desintoxicar de todo açúcar.
3. Frituras Além de serem venenosas para fluxo sanguíneo saudável, limitam a assimilação de gorduras boas para o funcionamento cerebral.
4. Sal Em excesso, aumenta a pressão arterial e prejudica o funcionamento das glândulas suprarrenais, que precisam ter resposta eficiente para combater com o estresse.
5. Doces Aumentam a energia a curto prazo, sobrecarregando as glândulas que precisam trabalhar no combate ao estresse causando exaustão, baixa concentração, irritabilidade, e depressão.
6. Carne Vermelha Assim como açúcar, exige muito do organismo para ser digerida, aumentando a ansiedade e o estresse fisiológico.
De acordo com os especialistas, os mecanismos para combater o estresse são simples, mas — por conta da correia e da falta de tempo durante a semana — difíceis de serem colocados em prática com frequência.