Festival de Yulin: Começa o massacre anual de cães e gatos cozidos vivos

A cidade de Yulin, na China, “comemora” em 21/06 o solstício de verão abatendo milhares de cães e gatos.

Fontes: El País; UOL; Catraca Livre; BBC.

Gatos mortos no Festival de Yulin na China

O Lychee, também chamado de Festival Yulin de Carne de Cachorro, acontece anualmente na província de Guangxi, no sul da China. Esta data é uma “celebração” do início do verão e é comemorada, todos os anos, no dia 21 de junho. Durante o festival, que dura 10 dias, abatiam-se entre 10 a 15 mil cães e gatos para consumo humano. Atualmente os números diminuíram devido às pressões de ativistas do mundo inteiro, mas ainda estima-se que de 2 a 5 mil animais serão torturados e cozidos vivos. Números que podem estar subestimados pois são fornecidos pelos organizadores do evento.

Os cães e gatos, muitos dos quais apanhados na rua ou sequestrados de suas casas, são empilhados uns sobre os outros em gaiolas muito pequenas, muitas vezes amarrados com cordas para evitar latidos ou que mordam uns aos outros. Os animais são fervidos vivos, espancados até a morte ou mesmo esfolados vivos para levá-los à adrenalina que, de acordo com a tradição, serviria para aumentar a energia sexual daqueles que consumirem este tipo de carne.

Cães engaiolados para o Festival de Yulin na China

Os animais vêm sendo massacrados desde 1990. Não foram suficientes as assinaturas coletadas em todo o mundo e os apelos das associações para o bem-estar animal como a WWF, a World Animal Protection e a Animals Asia, para interromperem com o Dog Meat Festival.

O festival ainda resiste à lei que proíbe a venda de carne de cachorro em restaurantes, mercados e outros comércios do país, assim como à mobilização de muita gente contrária à matança.

Um simples passeio pelo mercado Dashichang basta para conhecer a magnitude da matança. Cães e gatos (estes em menor quantidade) se amontoam em jaulas nas bancas, ou já sacrificados nos açougues, e são exibidos assados. Além disso, é fácil ver tanto pessoas comendo-os e brindando com licor como ecologistas e animalistas comprando animais ainda vivos para salvá-los. Um cachorro custa cerca de 45 reais neste mercado.

Cachorros mortos no Festival de Yulin na China

Os defensores do festival afirmam que comer cachorro – 10 milhões desses animais são consumidos por ano na China, segundo as organizações defensoras dos animais – é uma tradição na região de Guangxi, e que não é diferente de se alimentar de outras espécies criadas para esse fim. Apesar da crença popular de que na China se come carne de cachorro de maneira generalizada, ela só é consumida em algumas áreas do sul do país, como Guangxi, Guizhou e Cantão, e em áreas do nordeste habitadas pela etnia coreana.

Nos anos anteriores ativistas americanos de proteção animal haviam divulgado a informação de que autoridades chinesas teriam advertido os participantes a não comercializarem carne de cão.

A carne de cachorro não é consumida apenas na China, mas também em outros países como Vietnã, Coréia do Sul, Tailândia, Índia, Indonésia e Filipinas. Nestes países, a prática faz parte da cultura e é socialmente aceitável.

Em outras edições do evento, houveram brigas entre proprietários de barracas e ativistas, que tentavam resgatar os cães para evitar seu abate.

Homem espancando um cachorro no Festival de Yulin na China

Ativistas pelos direitos dos animais do Brasil realizaram um ato no dia 12, em frente à Embaixada da República Popular da China no Brasil, em Brasília, para impedir a realização do Festival Yulin de Carne de Cachorro. O protesto reuniu seis organizações e possibilitou a entrega de um abaixo-assinado pelo fim do festival a uma representante da embaixada chinesa e ao Senado Federal.

O abaixo-assinado que se manifesta contra o festival está aberto na plataforma Change.org e já ultrapassou a marca de 2,4 milhões de assinaturas. A petição foi criada pela ativista Raquel J. Sabino, conhecida como Kaz, em conjunto com a Nação Vegana Brasil e recebeu apoio de mais nove países — Estados Unidos, Espanha, México, Rússia, Alemanha, Turquia, Canadá, Chile e França. Kaz explicou que a luta que os ativistas e protetores dos animais se propõem a travar é contra toda e qualquer forma de exploração.



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