A descoberta teve vestígios de substâncias psicotrópicas, que alteram a mente, incluindo alguns usados para fazer ayahuasca.
Fonte: Science News
Uma bolsa de couro cheia de itens rituais, encontrada no alto da Cordilheira dos Andes, produziu raros indícios das visões alucinatórias dos xamãs da América do Sul há cerca de mil anos.
Um artefato na bolsa que foi feita datação por radiocarbono, uma bolsa com três focinhos de raposa, contém vestígios químicos de cinco substâncias que alteram a mente obtidas de pelo menos três plantas, diz a bioquimica Melanie Miller, da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia e colegas. Os resíduos químicos incluem dois ingredientes principais da ayahuasca, uma mistura indutora de visões ainda usada por especialistas em rituais em comunidades nativas da América do Sul, relatam os cientistas nos Anais da Academia Nacional de Ciências. O resíduo de cocaína sugere que a bolsa de raposa também continha folhas de coca.
Os pesquisadores encontraram o antigo pacote ritual em um abrigo de pedra chamado Cueva del Chileno. Junto com a bolsa de raposa, a bolsa de couro continha duas tábuas de madeira esculpidas usadas para cheirar, substâncias em pó, um tubo de entalhe esculpido, um par de espátulas de lhama, uma faixa tecida que se pensava ser uma faixa de cabeça e dois fragmentos de plantas secas amarrado a cordas de lã e fibra.
Objetos na bolsa mostram influências de uma antiga sociedade andina chamada Tiwanaku, dizem os pesquisadores. Como em muitas antigas culturas andinas e amazônicas, os xamãs Tiwanaku entraram em estados mentais e físicos alterados para se comunicar com ancestrais reverenciados e seres sobrenaturais.
Há pelo menos um milênio, os xamãs andinos provavelmente adquiriram as plantas necessárias para produzir ayahuasca, seja como bebida ou pó, via redes de comércio ou suas próprias viagens, dizem os cientistas. Não foram encontrados restos humanos ou evidências diretas do uso da ayahuasca no sítio arqueológico.