Profissionais de saúde são agredidos a caminho de hospitais em SP

Ao longo da última semana em São Paulo, diversos profissionais da saúde — como médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem — têm sido hostilizados e até agredidos a caminho dos hospitais de São Paulo em que trabalham.

As informações são do portal Uol.

Marmita foi jogada em auxiliar de enfermagem no Metrô de São Paulo
Imagem: Reprodução/WhatsApp

De acordo com a reportagem, muitos moram longe do emprego e usam transporte coletivo, o que assusta outros passageiros por causa da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. É o caso da auxiliar Marina, 32, que usa o metrô todos os dias para ir ao trabalho no Hospital AC Camargo, na região central da capital. Ela chegou aos prantos no trabalho ontem.

“Estava de branco na estação Paraíso esperando o trem quando jogaram uma marmita em mim do andar de cima”, diz a profissional que pediu para não ser identificada pois não quer espalhar a história para todos os conhecidos.

“Não tenho certeza se jogaram em mim, eu estava mantendo distância de todo mundo já, mas sinto no meu coração que sim. Ouvi uns xingamentos momentos antes, e a marmita quase pegou na minha perna”, afirma.

“Estou morrendo de medo, como vamos vir trabalhar e ajudar a salvar vidas se não deixarem? As pessoas precisam muito de nós agora”, afirma.

No hospital dela, há diversos relatos parecidos de colegas. Assim, a direção autorizou os funcionários a não irem vestidos de branco ou roupas do hospital para lá.



Sinal da Cruz

“Uma colega nossa estava de branco no ponto de ônibus para vir até o hospital e tomou um empurrão pela costas anteontem”, conta um enfermeiro do Hospital das Clínicas, na zona oeste da capital.

“Uma colega nossa estava de branco no ponto de ônibus para vir até o hospital e tomou um empurrão pela costas anteontem”, conta um enfermeiro do Hospital das Clínicas, na zona oeste da capital.

“Olhou para trás e uma senhora fez o sinal de cruz com cara feia”, afirma o profissional. “Teve uma turma de técnicos que saiu do plantão na Beneficência Portuguesa e foi impedida de entrar no vagão na estação Vergueiro do Metrô por um grupo de pessoas. Outro amigo foi xingado na calçada. Está difícil.”

Os profissionais da saúde dizem que a situação pode complicar ainda mais os atendimentos nas emergências de UTIs dos hospitais paulistas caso não tenham segurança para ir ao trabalho.



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