Espião divulga vídeo chocante de maus tratos a macacos e cães em laboratório alemão

Autoridades locais confirmam irregularidades e abrem investigação contra laboratório de farmacologia próximo a Hamburgo.

Fontes: Extra; G1; UOL; Metrojornal.

Macaco usado em experimentos na Alemanha Foto: Divulgação/Soko Tierschutz e Cruelty Free International

Suspeitas de maus-tratos a cobaias de um laboratório alemão, levantadas na semana passada por organizações internacionais de proteção animal, foram confirmadas nesta terça-feira (15/09) pelas autoridades locais.

De acordo com o semanário alemão “Focus”, o Laboratório de Farmacologia e Toxicologia (LPT) do município de Neu Wulmstorf, próximo a Hamburgo, passou por uma inspeção surpresa após denúncias da ONG Cruelty Free International e SOKO Tierschutz.

“As gaiolas dos macacos, por exemplo, são muito pequenas. Justamente como os ativistas de direitos animais tinham reportado”, disse à revista um porta-voz do distrito. Ainda de acordo com a revista, foi aberta uma investigação sobre as “graves violações das leis de bem-estar animal.”

Macacos utilizados como cobaias em laboratório alemão vivem em gaiolas menores que as indicadas pelas regras locais — Foto: Reprodução/SOKO

Na sexta-feira (11/09) as entidades de defesa dos direitos dos animais Soko Tierschutz e Cruelty Free International divulgaram por meio de redes sociais imagens de uma investigação privada que mostra uma série de abusos cometidos no Laboratório de Farmacologia e Toxicologia (LPT) de Mienenbuttel, nos arredores de Hamburgo (Alemanha). Os testes feitos no local são encomendados por várias multinacionais, de acordo com os ativistas.

A situação dos macacos em Mienenbuttel enfureceu as organizações. Os símios são presos a a suportes de metal em fileiras na parede, outros têm a cabeça presa e são mostrados desesperadamente tentando escapar.

Macacos usados em experimentos na Alemanha Foto: Divulgação/Soko Tierschutz e Cruelty Free International

Os flagrantes foram feitos por um ativista que se candidatou a um emprego no laboratório e lá permaneceu entre dezembro de 2018 e março deste ano. Ele flagrou testes feitos com macacos, cães, gatos e coelhos. De acordo com o ativista, todos os animais são mantidos em “condições terríveis”.

Beagle sangrando após experimento no LPT Foto: Divulgação/Soko Tierschutz e Cruelty Free International

O ativista gravou com uma câmera escondida a forma com que os animais eram tratados. De acordo com o periódico alemão “Süddeutsche Zeitung”, a empresa havia sido multada anteriormente por adquirir cães sem a autorização necessária.

Nos experimentos, beagles tiveram tubos forçados em suas gargantas e receberam cápsulas. Eles são deixados sangrando frequentemente após os testes, contou reportagem publicada no “Daily Mail”.

O ativista infiltrado afirmou que os animais foram tratados com violência pelos funcionários do LPT, que não são treinados.

Friedrich Mullen, integrante do Soko Tierschutz, disse:

“Os animais ainda estavam balançando as caudas quando foram levados para serem mortos, os cães estavam desesperados por um contato humano. O pior tratamento se dá com os macacos.”

Beagle sangrando após experimento no LPT Foto: Divulgação/Soko Tierschutz e Cruelty Free International

A organização diz que poucos ou nenhum dos funcionários do laboratório têm qualificação para cuidar de animais adequadamente. As imagens mostram também os comportamentos estranhos dos bichos em suas celas, ocasionados pelo estresse dos maus tratos.

Macacos são vistos andando de um lado para o outro repetitivamente, ou pulando obsessivamente no mesmo lugar. Segundo a organização, um dos cuidadores disse ao voluntário infiltrado que os supervisores não se importavam com esses maus tratos, e não queriam ouvir reclamações.

“Todos os anos, centenas de milhares de animais ao redor da Europa são deliberadamente envenenados para testes regulatórios ou toxicológicos. Nossas pesquisas revelam um sofrimento terrível por parte destes animais, cuidados inadequados, e outras más práticas que violam a lei alemã e europeia”, escreveu a organização ativista nas redes sociais..

Michelle Thew, presidente da Cruelty Free International defendeu por meio de um comunicado que a investigação realizada pela ONG “desvelou um terrível sofrimento animal, tratamento inadequado, más práticas e falhas nas legislações europeia e alemã.”

A SOKO Tiercschutz disse que vai cobrar uma atitude de Julia Klöchner, ministra da agricultura da Alemanha.

A polícia local está investigando o caso, após denúncia das duas organizações.

Veja o vídeo a seguir, com cenas fortes dos abusos cometidos no laboratório.

Soko Tierschutz e Cruelty Free International


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