Invasão de gafanhotos na África é situação sem precedentes, segundo a ONU. O Sudão do Sul e Uganda estão em risco e também há preocupação com a formação de novos enxames na Eritreia, Arábia Saudita, Sudão e Iêmen.
Por Jornal de Brasilia, com informações do Estadão.
Países do leste da África vivem o pior surto de gafanhotos dos últimos 70 anos e agricultores do Quênia, Somália e Etiópia têm suas plantações ameaçadas pelos ataques de enxames de gafanhotos.
A Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) da ONU alertou nesta quarta-feira (29) para uma ameaça “sem precedentes”.
O Sudão do Sul e Uganda estão em risco e também há preocupação com a formação de novos enxames na Eritreia, Arábia Saudita, Sudão e Iêmen.
Na semana passada, um porta-voz da FAO disse à agência Associated Press que a organização começaria a agir imediatamente para combater a praga. Os insetos se alimentam das plantações de pequenos produtores em uma região vulnerável pela fome.
“Milho, feijão, eles comeram tudo”, lamentou o fazendeiro Ndunda Makanga à AP. Ele disse que até mesmo as criações de animais chegam a se estressar com o grande número de insetos invasores.
No ano passado, uma nuvem de insetos invadiu o Iêmen e esses eventos podem se tornar uma ocorrência mais frequente. Especialistas ouvidos pela BBC temem que a mudança climática faça os insetos agirem de maneira mais destrutiva e imprevisível.
Os produtores locais temem que o número de gafanhotos aumente e a tendência é que eles se reproduzam durante a temporada de chuvas, que começa em março.
De acordo com a FAO, mesmo um pequeno enxame de insetos pode consumir comida suficiente para 35 mil pessoas em um único dia.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estimou em US$ 70 milhões (cerca de R$294 milhões) os custos para a pulverização aérea com pesticidas. A organização ressaltou que há áreas da região em que estas ações seriam mais difíceis por conta de milícias armadas e grupos terroristas.
No ano passado, uma nuvem de insetos invadiu o Iêmen e esses eventos podem se tornar uma ocorrência mais frequente. Especialistas ouvidos pela BBC temem que a mudança climática faça os insetos agirem de maneira mais destrutiva e imprevisível.
“Condições mais secas no futuro, nos limites norte e sul da área de distribuição de gafanhotos, podem produzir habitats mais favoráveis para esta espécie e podem ter impactos negativos importantes”, disse o entomologista Michel Lecoq à rede britânica.
Sobre o caso atual, o climatologista queniano, Abubakr Salih Babiker, disse à AP que, nos últimos meses, as condições climáticas foram ideais para a reprodução destes animais. Migrando com o vento, os gafanhotos podem cobrir até 150 quilômetros em um único dia.
Os produtores locais temem que o número de gafanhotos aumente e a tendência é que eles se reproduzam durante a temporada de chuvas, que começa em março.
Segundo a FAO, mesmo um pequeno enxame de insetos pode consumir comida suficiente para 35 mil pessoas em um único dia. Uma área de 70 mil hectares no Quênia já está infestada.