Anterior aos faraós: A múmia mais antiga do Egito

Este cadáver provou que o processo de mumificação egípcia é muito mais antigo do que imaginávamos.

Por Aventuras na História.

A múmia usada no estudo – Divulgação / Raffaella Bianucci da Universidade de Turim

Testes realizados numa múmia pré-histórica, que data entre 3.700 a.C e 3.500 a.C, provaram que o método de embalsamamento egípcio é bem mais antigo do que se imaginava. E que essa é a mais antiga múmia egípcia conhecida — no sentido de um corpo preservado pela ação humana. 

A múmia no estudo, liderado por Stephen Buckley, especialista em mumificação na Universidade de York, encontra-se no Museu Egípcio de Turim (Itália), desde 1901. Trata-se de um homem que tinha entre 20 e 30 anos quando veio a óbito.

Como o corpo foi preservado na Pré-História egípcia, muito antes do período dos faraós, acreditava-se que era uma múmia natural e acidental, ressecada e preservada pela areia quente e o ar seco do deserto. Múmias acidentais podem existir em todas as culturas e épocas. Contudo, análises químicas revelaram que o corpo passou de fato pelo processo de embalsamento, que era bem parecido com o que seria visto milênios depois.

Anteriormente, acreditava-se que a prática havia sido iniciada quando os egípcios começaram a construir as pirâmides. A primeira delas, a de Djoser, foi concluída em 2.468 a.C.. Isto é, cerca de 1.000 anos antes da múmia estudada. O auge da mumificação seria muito depois, no período romano, a partir de 30 a.C., quando todo mundo que tinha como pagar (classe média alta para cima) era mumificado. 

“Até o momento, nós nunca tivemos uma múmia pré-histórica que realmente demonstrou – tão perfeitamente através da química – as origens do que se tornaria a mumificação icônica que nós conhecemos”, disse na época, Stephen Buckley.

O processo de mumificação da Múmia de Turim, foi realizado utilizando óleo vegetal, resina de coníferas, um extrato de planta aromática e uma mistura de goma de vegetal e açúcar. Quando misturado ao óleo, essa resina proporcionava propriedades antibacterianas, que protegiam o corpo da decomposição. Bem parecido como o processo conhecido historicamente.

A múmia usada no estudo – Divulgação / Raffaella Bianucci da Universidade de Turim


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