Fumaça de incêndios da Austrália chega ao Brasil

Satélites do Inpe detectaram nuvem sobre o Rio Grande do Sul, que ficou coberto pela fumaça nesta terça 07/01; MetSul também indicou avanço do fenômeno.

Por O Globo; G1.

Foto do Zoom Earth, divulgada pelo Inpe, mostra fumaça dos incêndios florestais australianos sobre o Rio Grande do Sul Foto: Reprodução / Twitter

A fumaça dos incêndios florestais na Austrália chegou na tarde desta terça-feira ao Brasil. A Divisão de Sensoriamento Remoto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) publicou, no Twitter, imagens de satélites que indicam o avanço da nuvem sobre o estado do Rio Grande do Sul.

A MetSul Meteorologia, uma empresa privada especializada em meteorologia, também identificou o fenômeno, mas pontuou que, em Porto Alegre, a fumaça é “imperceptível”.


Ontem, o material chegou aos céus da Argentina e do Chile através de uma nuvem de 6 mil metros de altura que percorreu mais de 12 mil quilômetros desde a Oceania. A Metsul já havia previsto a chegada da fumaça ao Brasil.

De acordo com o instituto Climatempo, a chegada da coluna de fumaça não vai afetar o regime de chuvas ou a temperatura no Sul do Brasil, mas poderá ser observado um céu mais avermelhado durante o pôr do sol. Santa Catarina também pode ter a ocorrência da fumaça.

A fumaça tem sido carregada por diferentes regiões devido à circulação de ventos no alto da atmosfera.

“São chamados de ‘jatos’ – que são uma corrente de ventos mais intensos que sopram de Oeste para Leste”, explica Fábio Luengo, da Somar Meteorologia.

O meteorologista alerta para os riscos caso o deslocamento da fumaça encontre chuvas durante seu caminho. Elas podem arrastar o material particulado para lavouras, reservatórios de água e açudes, além de provocar uma chuva mais ácida.

Desde setembro, a Austrália vive uma crise de incêndios espalhados principalmente nos estados de Nova Gales do Sul e Vitória, no Sudeste do país. Nesta terça-feira, bombeiros aproveitaram uma trégua nos termômetros para fortalecer linhas de contenção do fogo em diferentes regiões atingidas pelo fogo. As áreas atingidas já ultrapassam a marca de 10,3 milhões de hectares — o equivalente à área da Coreia do Sul — desde setembro.

Na Nova Zelândia, país da Oceania a cerca de 2 mil quilômetros da costa do Sudeste da Austrália, a fumaça deixou geleiras em tom caramelo e diversas cidades ficaram com o céu em tom sépia em plena luz do dia. Houve, ainda, reflexos na saúde: muitos neozelandeses relataram problemas respiratórios na última semana.

No levantamento mais recente, de segunda-feira (6), ao menos 25 pessoas morreram por causa do fogo, segundo a CNN; três destas mortes foram de bombeiros envolvidos no combate às chamas.

4 de janeiro – Uma imagem de satélite em cores mostra a fumaça de incêndios florestais queimando a leste de Obrost, na Austrália — Foto: 2020 Maxar Technologies/Distribuição via REUTERS


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