Minúsculos, esses animais são capazes de viver no vácuo do espaço e resistem a temperaturas que vão de -200ºC a 150ºC.
Por Galileu.
Animais que pertencem ao filo dos tardígrados (Tardigrada) alcançam dimensões de no máximo 1 milímetro. Mas apesar de serem minúsculos, são capazes de resistir a ambientes extremos: eles conseguem sobreviver em locais com radiação elevada e temperaturas de -200ºC a 150ºC. Para testes de resistência, eles foram até mesmo enviados ao espaço em setembro de 2007 a bordo da missão FOTON-M3, da Agência Espacial Europeia. Agora, os cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, querem entender por que esses bichinhos são tão duros na queda.
Em abril, um módulo cheio desses animais caiu na Lua após um acidente durante a missão Beresheet, da empresa israelense privada SpaceIL. Um porta-voz da organização acredita que os tardígrados ainda estejam vivos (já que eles sobrevivem até no vácuo do espaço).
Para investigar os tardígrados, os pesquisadores da Universidade da Califórnia fizeram testes com uma proteína já identificada nesses animais, conhecida como Dsup (do inglês, damage suppressor protein, ou, proteína supressora de danos). Já se sabia que essa proteína é capaz de proteger o DNA humano contra os efeitos dos raios X. De acordo com os cientistas, essa proteína consegue tal efeito ao criar uma espécie de nuvem protetora contra radicais de hidroxila, que estão presentes nos raios X.
Em comunicado, o pesquisador James T. Kadonaga contou que provavelmente a capacidade do tardígrados vêm de um mecanismo de sobrevivência evolutivo. Isso porque esses animais vivem em ambientes lodosos: quando a lama seca, eles entram em um estado dormente de desidratação, no qual a proteína Dsup os ajuda a sobreviver.
Segundo T. Kadonaga, a descoberta sobre a resistência desses animais pode ajudar a desenvolver células resistentes a condições extremas, que serão utilizadas para testes de medicamentos. “ A Dsup pode ser usada em várias aplicações, como terapia celular e ferramentas para diagnóstico no qual a sobrevivência das células é benéfica”, afirmou o pesquisador.