PMs invadiram hospital e tentaram pegar a bala que matou Ágatha

Equipe médica não entregou projétil; Polícia Civil quer que equipe de plantão deponha sobre a ação dos policiais militares.

por Veja e Fórum.

SONHO E PESADELO – Ágatha, que queria ser bailarina: “Mãe, pede para eles pararem de atirar na gente” (Álbum de família).

Na madrugada do sábado, 21/09, logo após a morte da menina Ágatha Vitória Félix, entre dez e vinte policiais militares invadiram o hospital em que ela tinha sido internada (Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio) e tentaram levar o projétil que a matara.

Apesar da pressão exercida pelos PMs, a equipe de médicos e de enfermeiros de plantão se recusou a entregar a bala, que posteriormente, seria encaminhada para a Polícia Civil, responsável pelas investigações.

A Delegacia de Homicídios está tentando convencer integrantes da equipe médica a prestar depoimento sobre a invasão. Profissionais que relataram o fato a policiais civis temem represálias. Os investigadores não conseguiram imagens da ida dos policiais ao hospital.

A perícia feita na bala concluiu que não será possível compará-la com as armas dos PMs que estavam na favela – foi encontrado apenas um fragmento deformado do projétil.

Na noite de sexta, Ágatha foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento na própria Kombi em que estava ao ser atingida. Como seu estado de saúde era muito grave, a menina foi imediatamente transferida para o Hospital Getúlio Vargas num carro da PM.

Em seu perfil no Twitter, o governador do Rio, Wilson Witzel, comentou o caso e afirmou que “tudo será apurado com rigor”.

Foto Reprodução twitter.

Versões

O relato corrobora a versão divulgada pela mãe de Ágatha e por testemunhas que estavam no local. Todos afirmaram à polícia que o tiro que atingiu a menina foi disparado por um PM, que tentou alvejar um motociclista que passava pelo local.

A versão dos policiais militares envolvidos é de que houve revide a disparos. No entanto, segundo as testemunhas, não havia troca de tiros na Fazendinha, complexo do Alemão, no momento em que a menina foi atingida.

Dos 11 policiais militares que estavam próximos do local onde Ágatha recebeu o tiro, somente dois aceitaram participar da reprodução simulada do crime, na terça-feira (01/10).

Ágatha Vitória Félix – Foto Reprodução

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