Amazônia em chamas: Prefeito de NY critica Bolsonaro, Madonna pede ajuda pela floresta e Macron chama G7 para discussão

Bill de Blasio disse que “mentiras” de Bolsonaro não mudam os fatos, Madonna pediu para que o presidente mude suas políticas, e Emmanuel Macron diz que G7 precisa discutir queimadas na Amazônia: ‘Crise internacional’

Fontes: G1; Exame; Extra.

O prefeito de Nova YorkBill de Blasio, usou o Twitter nesta quinta-feira (22) para criticar Jair Bolsonaro pelos incêndios que têm atingido a Amazônia Legal.

“As mentiras de Bolsonaro não mudam os fatos. Desmatamentos na Amazônia cresceram 67% desde que ele chegou ao poder”, afirma o democrata.

O político, que é pré-candidato pelo partido Democrata para concorrer às eleições presidenciais de 2020 em oposição a Donald Trump, escreveu ainda que estão em risco a Amazônia, as comunidades indígenas e “todo o planeta Terra”.

Foto Reprodução Twitter.

A publicação veio em resposta a uma série de tuítes publicados em inglês por Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República, e retuitada por Bolsonaro.

Filipe pediu para as pessoas “pararem de mentir” sobre os incêndios na Amazônia: “Deus não gosta de mentirosos”.  Ele reclamou da mídia e disse que há “desprezo básico” pelos dados.

No entanto, ele apresentou como sendo de 2019 um dado que é de 2018, mostrando devastação de 7.500 quilômetros quadrados da floresta.

Martins já havia chamado o prefeito de NY de “toupeira” em abril após de Blasio ter incentivado o cancelamento de um evento no Museu de História Natural que homenagearia Bolsonaro.

Após várias trocas de local e da retirada do patrocínio de empresas, o evento acabou acontecendo no Texas.

Madonna também fez uma postagem sobre o assunto lamentando pelos indígenas, animais e plantas que vivem na floresta e fazendo um pedido:

“Presidente Bolsonaro por favor mude suas políticas e ajude não apenas o seu país mas o mundo inteiro! Nenhum desenvolvimento econômico é mais importante do que proteger esta terra”.

Foto Reprodução Instagram.

A cantora foi uma das figuras internacionais que aderiu ao movimento #EleNão na época das eleições no ano passado.

O presidente da FrançaEmmanuel Macron, disse nesta quinta-feira (22) em post no Twitter que a cúpula do G7 precisa discutir as queimadas na Amazônia. O encontro está previsto para este fim de semana, em Biarritz, no sudoeste francês.

O presidente Jair Bolsonaro rebateu o comentário do francês algumas horas depois, dizendo que ele “evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI”.

Macron postou uma foto de um incêndio florestal e chamou as queimadas na Amazônia de “crise internacional” e “emergência”.

“Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão de nosso planeta, que produz 20% de nosso oxigênio, arde em chamas. É uma crise internacional”, escreveu.

Foto Reprodução Twitter.

A foto postada por Macron é bem antiga. Ela foi feita pelo fotógrafo Loren McIntyre, que morreu em 2003. Ele esteve na Amazônia em expedições desde a década de 70, quando trabalhou para a National Geographic. McIntyre publicou um livro na década de 90 sobre a Amazônia. A imagem está à venda no banco de imagens Alamy.

“Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais”, respondeu Bolsonaro, também pelo Twitter. “O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até para fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema”, acrescentou o presidente brasileiro.

À medida que os incêndios florestais avançam no Brasil, Macron afirmou ao site de notícias francês Konbini que a questão será discutida na reunião de líderes mundiais, que ocorre nesta semana em Biarritz.

“Membros do G7, vamos nos encontrar daqui a dois dias para falar dessa urgência!”, completou Macron.

“A Amazônia está queimando e essa é uma questão que preocupa todo o mundo, pois ela é uma fonte de biodiversidade”, disse Macron.

“Temos um verdadeiro ecocídio se desenvolvendo em toda a Amazônia, não apenas no Brasil“, acrescentou o presidente francês.

Dando continuidade a um confronto com o presidente Jair Bolsonaro, Macron criticou a gestão brasileira da Amazônia.

“Precisamos encontrar uma boa governança na Amazônia. Isso significa que precisamos envolver ONGs e populações locais muito mais do que fazemos atualmente, e que precisamos interromper o desmatamento industrial que ocorre em todo lugar”, disse.

As pessoas esquecem, o presidente do Brasil esquece, mas a França está na Amazônia. A maior fronteira da França no exterior é entre a Guiana Francesa e o Brasil, então estamos lá”, acrescentou, referindo-se ao território francês no norte da América do Sul.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a sugerir nesta quinta-feira (22), sem apresentar qualquer evidência, que ONGs podem estar por trás de alguns incêndios.

Jair Bolsonaro acusou ONGs de estarem tacando fogo na Amazônia, mas não apresentou provas – Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

O presidente, que nega as mudanças climáticas e defende que as reservas indígenas e as zonas protegidas da floreta sejam abertas a atividades agropecuárias e à mineração, voltou a criticar o que chama de “psicose ambiental” que obstruiria o desenvolvimento do país.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou nesta semana que as notícias sobre os resultados das queimadas eram falsas e criticou o “sensacionalismo ambiental” sobre o tema.

Nas redes sociais, a hashtag #ForaSalles ganho destaque nesta quinta-feira (22) e dois senadores da REDE pediram seu impeachment ao STF.

Além de negar qualquer responsabilidade pela piora do cenário, o governo federal tem questionado os dados que mostram alta na devastação.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e agosto deste ano, as queimadas aumentaram 83% em relação ao mesmo período do ano passado.

No começo deste mês, o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, foi exonerado após reagir a frases de Bolsonaro insinuando que os dados são mentirosos e que ele estaria “a serviço de alguma ONG”.

Pessoas ao redor do Brasil organizam manifestações contra o desmatamento. Em São Paulo, os atos acontecem nesta sexta-feira (23).

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse nesta quinta-feira estar profundamente preocupado com os incêndios florestais na floresta amazônica. Ele reforçou que não podemos mais arcar com os danos para uma das maiores fontes de oxigênio e biodiversidade.

“A Amazônia precisa ser protegida”, escreveu.

Foto Reprodução Twitter.


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