A Civilização Asteca

Espanhóis, em busca de novas terras na América, tiveram que enfrentar um povo desconhecido.

Pirâmide Asteca – México – Foto: Superinteressante.

Os astecas ou mexicas (ramo dos chichimecas) foram um povo nativo do México, que instituiu um império no século 15. Vindos do norte, no século 13, eles penetraram no atual vale do México, onde fundaram, em 1325, a cidade de Tenochtitlan (hoje Cidade do México), organizando-se em cidades-estados.

Em 1428, formaram uma federação dos reinos de Tenochtitlan , Texcoco e Tlapopán, dominada por um soberano asteca que ocupou gradualmente as regiões vizinhas e submeteu ao seu domínio, até o início do século 16, quase todo o México central.

Todos os submetidos pagavam tributos à tribo tepaneca de Atzcapotzalco. Em 1440, a agressividade dos tepanecas fez surgir uma tríplice aliança entre as cidades de Tenochtitlan, Texcoco e Tlacopán, que acabou por vencer os tepanecas , começando uma expansão territorial pela zona ocidental do vale do México. Sob o reinado de Montezuma I, o Velho, os astecas tornaram-se um povo temido e vitorioso. que chegou a ampliar seus domínios em mais de 200km. Axayácatl , o sucessor de Montezuma , em 1469, conquistou a cidade de Tlatetolco e o vale de Toluca.

O Império ampliou seus limites ao máximo sob o reinado de Ahuízotl , que impôs sua soberania sobre Tehuantepec, Oaxaca e parte da Guatemala. Extremamente próspero , além de altamente hierarquizado, o Estado tornou-se uma monarquia aristocrática dominada pela religião. Em 1519, começou a conquista espanhola. A resistência foi dirigida pelo imperador Montezuma II, morto em 1520, da mesma maneira que seu sucessor Cuahtémoc, que ficou no trono até 1525. Ambos foram assassinados pelos conquistadores que aniquilaram o império.

Chichimecas – Foto: Facebook Chichimecas Jonaz

Valores Sociais

A célula da sociedade era o clã, formado por pessoas de uma mesma linhagem e governado por apenas um ancião. O povo possuía divindades particulares e formação militar. As pessoas eram fortes, de pele escura, cabelos curtos e grossos, com rostos redondos. Assemelhavam-se a alguns grupos de indígenas que hoje vivem em pequenas aldeias perto da Cidade do México. quase todos falavam a língua Náuatle, que, em determinadas palavras, assemelha-se ao português.

A terra era considerada como domínio estatal do qual os indivíduos tinham usufruto, devendo pagar tributos e prestar serviços à nobreza e ao soberano. As autoridades política , militar e religiosa centralizavam-se nas mãos de um chefe supremo, sempre escolhido na mesma linhagem.

Mobilidade Social

A sociedade asteca era rigidamente dividida. O grupo social dos pipiltin (nobreza) era formado pela família real, sacerdotes, chefes de grupos guerreiros – como os Jaguares e as Águias – e chefes dos calpulli. Mas a nobreza não era uma casta inteiramente fechada. Os plebeus (macehualtin) que tivessem realizado algum ato extraordinário, quase sempre façanhas guerreiras, também podiam fazer parte dos pipiltins.

Com o tempo foi-se acentuando a separação entre a nobreza, que, não hereditária, era isenta de impostos e o povo, que formava grupos sociais novos e privilegiados: funcionários, artesãos, lavradores, mercadores. Abaixo deles estavam os cidadãos livres, mas submetidos ao tributo e à corvéia (trabalho que eles precisavam fazer, sem cobrar nada por isso); os homens sem terras (que trabalhavam para um senhor) e, abaixo de todos, os escravos (tlacotin).

No topo da estrutura estava o soberano, assistido por um primeiro-ministro (que era, ao mesmo tempo, juiz supremo e comandante do exército) e pelo Grande Conselho, quatro conselheiros eleitos juntamente com o soberano. O sistema governamental dos astecas era monárquico, onde o Conselho do Imperador elegia seu sucessor entre os membros da linhagem governante, denominada Casa Real. O poder do imperador era hereditário considerado de origem divina. Suas principais obrigações eram proteger o povo e homenagear os deuses


Economia

Hábeis agricultores, os astecas adotavam o alqueive (prática de lavrar a terra e deixá-la de repouso a fim de adquirir força produtiva) e a irrigação. Além disso, faziam a divisão periódica das terras e cultivavam jardins flutuantes. Entre suas principais culturas estavam milho (que era importante a ponto de existir até um Deus-Milho), favas, feijão, melões, baunilha , pimentas e abóboras. Já a criação de animais domésticos envolvia apenas cães e perus.

O comércio, bastante desenvolvido, foi fundado sobre a troca de produtos manufaturados na capital e matérias-primas produzidas nas províncias. A metalurgia do ouro, da prata, cobre e estanho também era muito moderna. Já os tributos em espécie, pagos pelas 35 províncias, forneciam grandes riquezas que eram acumuladas nos armazéns reais.

Arte

Esculturas, como a “Serpente de Duas Cabeças”, que se encontra no Museu Britâ­nico, em Londres, são marcas da civilização asteca. “Sacerdote”, uma pintura mural, é outro destaque que está presente no Museu Nacional de Antropologia (México). Estátuas também são famosas, como a do Deus Xipeatotec (Museu Etmográfico, Basiléia) e as da região de San Agustín.


Religião

A religião asteca era politeísta, embora fosse constituída de poucos deuses. Os principais eram vinculados à atividade agrícola e ao ciclo solar. O mais venerado deles era Quetzalcóatl, a serpente emplumada, criador do homem, protetor da fertilidade e da própria vida.

Os sacerdotes eram um poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres, fazer previsões e dirigir as cerimônias e rituais. A religiosidade asteca incluía a prática de sacrifícios, tanto que o derramamento de sangue e a oferenda do coração de animais, ou mesmo de seres humanos, eram considerados ritos imprescindíveis para satisfazer os deuses. Um dos tipos de Cerimônia de Sacrifício Humano acontecia uma vez ao ano, com o mais bravo dos prisioneiros de guerra. No dia de sua morte, ele tocava flauta no cortejo, juntamente com sacerdotes e belas moças.

Fonte: Revista Conhecer Fantástico – Cidades Desaparecidas Ano 1 Nº 2



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