Antiga capital assíria abandonada há 2.700 anos é revelada em nova pesquisa magnética

Um novo levantamento magnético da antiga capital assíria de Khorsabad revelou diversas estruturas, incluindo uma vila, enterradas no subsolo.

Com informações de Live Science.

A equipe internacional de pesquisadores usou um magnetômetro em condições excepcionalmente difíceis para detectar o portão de água da cidade de 2.700 anos, possíveis jardins do palácio e cinco grandes edifícios — incluindo uma vila com 127 quartos que é o dobro do tamanho da Casa Branca. As estruturas até então desconhecidas desafiam a noção de que Khorsabad nunca foi desenvolvida além de um complexo de palácio no século VIII a.C., de acordo com uma declaração da American Geophysical Union (AGU).

“Tudo isso foi encontrado sem escavação”, disse Jörg Fassbinder, geofísico da Ludwig-Maximilians-University em Munique, primeiro autor da pesquisa apresentada em 9 de dezembro na Reunião Anual da AGU 2024, na declaração da AGU. A pesquisa ainda não foi publicada em um periódico revisado por pares.

“O trabalho de mapeamento remoto que Fassbinder e sua equipe fizeram é extremamente importante. O magnetômetro cria uma reconstrução mais abrangente do que as trincheiras de teste tradicionais e não causa nenhum dano ao local”, disse Sarah Melville, historiadora especializada no Império Neoassírio que não estava envolvida na pesquisa de Khorsabad, à Live Science por e-mail.

O imperador neoassírio Sargão II começou a construir sua nova capital gigante — originalmente chamada Dur-Sharrukin, que significa “Fortaleza de Sargão” — em 713 a.C. Mas Sargão morreu em 705 a.C., possivelmente antes da ocupação e conclusão da capital. O filho e sucessor de Sargão II, Senaqueribe, então mudou a capital para a cidade de Nínive, e Khorsabad foi abandonada e esquecida por mais de dois milênios.

A equipe de Fassbinder conduziu sua operação de sensoriamento remoto em 2022. Em vez de montar o magnetômetro em um veículo ou drone, o que poderia ter atraído atenção indesejada, Fassbinder e um colega pesquisador carregaram o dispositivo de 33 libras (15 quilos) para frente e para trás sobre a capital enterrada. Eles trabalharam por sete dias, cobrindo 2,79 milhões de pés quadrados (0,3 quilômetros quadrados) — o que ainda é menos de 10% do local.

A equipe de Fassbinder conduziu sua operação de sensoriamento remoto em 2022. Em vez de montar o magnetômetro em um veículo ou drone, o que poderia ter atraído atenção indesejada, Fassbinder e um colega pesquisador carregaram o dispositivo de 33 libras (15 quilos) para frente e para trás sobre a capital enterrada. Eles trabalharam por sete dias, cobrindo 2,79 milhões de pés quadrados (0,3 quilômetros quadrados) — o que ainda é menos de 10% do local.

“Todos os dias descobrimos algo novo”, disse Fassbinder no comunicado.

“Surpreendentemente, a vasta quantidade de dados disponíveis sobre as capitais assírias vem quase exclusivamente do estudo da arquitetura monumental oficial — essencialmente, os espaços e criações associados ao rei”, disse Daniele Morandi Bonacossi, arqueólogo da Universidade de Udine, na Itália, especialista no Antigo Oriente Próximo e que não estava envolvido na pesquisa, à Live Science por e-mail. “Consequentemente, muitas vezes é impossível obter insights sobre a vida de outros habitantes, ou mesmo confirmar a existência de residentes adicionais nas capitais assírias.”

Ele observou que a nova pesquisa “busca abordar essa lacuna significativa em nossa compreensão”, investigando, entre outras coisas, estruturas urbanas além do complexo do palácio.

Por fim, os resultados da nova pesquisa sugerem que Khorsabad era uma capital próspera desenvolvida muito além do que era anteriormente hipotetizado. Resta saber se os arqueólogos agora trarão à luz as estruturas detectadas remotamente.