Uma mulher não identificada foi mordida duas vezes por um polvo-de-anéis-azuis, que contém uma das neurotoxinas mais perigosas do planeta, mas ela escapou relativamente ilesa.
Com informações de Live Science.
Uma mulher na Austrália foi mordida várias vezes por um polvo-de-anéis-azuis – um dos animais mais tóxicos do mundo – e viveu para contar a história.
Os polvos-de-anéis-azuis são um grupo composto por quatro espécies: o polvo-de-anéis-azuis maior ( Hapalochlaena lunulata ), o polvo-de-anéis-azuis do sul ( Hapalochlaena maculosa ), o polvo-de-anéis-azuis ( Hapalochlaena fasciata ) e o polvo-de-anéis-azuis comuns ( Hapalochlaena nierstraszi ). Esses polvos são pequenos o suficiente para caber na palma da sua mão e são cobertos por pequenos anéis que piscam com um azul iridescente quando os animais são ameaçados. Os polvos-de-anéis-azuis também contêm tetrodotoxina, uma poderosa neurotoxina que pode paralisar e matar humanos mesmo em pequenas doses.
Em 16 de março, a mulher foi mordida duas vezes no abdômen por uma espécie desconhecida de polvo-de-anéis-azuis em uma praia perto de Sydney, em New South Wales (NSW), Austrália. Ela pegou uma pequena concha enquanto nadava e, quando a pegou para olhar, o minúsculo cefalópode caiu e pousou em seu estômago, escreveu o serviço de ambulâncias de NSW no Facebook .
A mulher sentiu algumas dores abdominais e foi tratada com compressas frias antes de ser levada ao hospital para ser monitorada quanto a mais sintomas, de acordo com a NSW Ambulance. Não está claro por que a mulher escapou relativamente ilesa.
A tetrodotoxina impede que os nervos enviem sinais aos músculos, bloqueando os canais de íons de sódio. Isso causa enfraquecimento rápido e paralisia dos músculos, incluindo os do trato respiratório, o que pode levar à parada respiratória e à morte. Os efeitos da tetrodotoxina podem ocorrer rapidamente ou ter um início tardio, de modo que a morte pode ocorrer entre 20 minutos e 24 horas após a toxina entrar no corpo, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Não há antídoto conhecido para a tetrodotoxina. Tudo o que os profissionais de saúde podem fazer é fornecer cuidados de suporte ou usar um ventilador se os pacientes não conseguirem respirar, de acordo com o CDC.
Os polvos-de-anéis-azuis não criam a tetrodotoxina. Em vez disso, a toxina é produzida por bactérias simbióticas que vivem em suas glândulas salivares, de acordo com o Instituto Australiano de Ciências Marinhas. A tetrodotoxina é encontrada em todos os tecidos do polvo, não apenas em glândulas de veneno específicas, o que os torna alguns dos poucos animais venenosos e peçonhentos. Isso também significa que uma pessoa pode receber uma dose letal se um desses polvos tocar sua pele.
Apesar de serem tão tóxicos, os polvos-de-anéis-azuis causaram apenas três mortes confirmadas, de acordo com o WebMD
Os anéis azuis iridescentes que piscam nos corpos dos polvos alertam os predadores sobre sua toxicidade. Eles podem piscar seus anéis em menos de 0,4 segundo, graças a minúsculos órgãos que mudam de cor chamados cromatóforos, que estão espalhados pela pele desses animais.
Embora os polvos-de-anéis-azuis raramente matem pessoas, já houve muitos incidentes.
Em 2006, um menino de 4 anos quase foi morto depois de ser mordido por um polvo que pegou em uma piscina rochosa em uma praia em Queensland. O menino vomitou várias vezes antes de desenvolver visão turva e depois perder o controle da maioria de seus músculos, de acordo com um relato de caso publicado na revista Clinical Toxicology. Depois de passar 17 horas em um ventilador, ele finalmente se recuperou totalmente.
E em março de 2021, uma mulher foi duramente criticada online depois de compartilhar um vídeo dela mesma segurando um polvo-de-anéis-azuis em Bali, embora ela não soubesse que era altamente tóxico na época e escapou ilesa, de acordo com Insider.
Os polvos-de-anéis-azuis não são os únicos animais que contêm tetrodotoxina; pode ser encontrada em alguns tritões, sapos e no baiacu.
