Twitter fecha contas de propaganda em seis países

O Twitter disse na quinta-feira 02/12 que fechou cerca de 3.500 contas que postavam propaganda pró-governo em seis países, incluindo China e Rússia.

Com informações de TechXplore.

A grande maioria das contas fechadas pelo twitter fazia parte de uma rede que “ampliou as narrativas do Partido Comunista Chinês relacionadas ao tratamento da população uigur em Xinjiang”, disse o Twitter em um comunicado.

A China enfrenta acusações de graves violações dos direitos humanos contra a minoria étnica na província do noroeste, onde especialistas estimam que mais de um milhão de pessoas estão encarceradas em campos.

Além de 2.048 contas vinculadas à campanha pró-Pequim, o Twitter também fechou 112 contas conectadas a uma empresa chamada Changyu Culture, vinculada ao governo regional de Xinjiang.

A mudança aconteceu um dia depois que a empresa-mãe do Facebook, Meta, disse que fechou mais de 500 contas que faziam parte de uma campanha de influência ligada à China relacionada ao Covid-19.

Os relatos promoveram alegações de um biólogo suíço fictício, Wilson Edwards, de que os Estados Unidos estavam interferindo nos esforços para identificar as origens do coronavírus.

A mídia estatal chinesa citou amplamente “Edwards” em julho, embora vários jornais tenham apagado referências a ele depois que a embaixada suíça em Pequim disse que não havia vestígios dele.

Tanto o Twitter quanto o Facebook são proibidos na China, mas Pequim costuma usar as duas redes sociais dos Estados Unidos para promover suas posições no cenário internacional.

Além da China, o Twitter também fechou 16 contas vinculadas à Internet Research Agency, uma empresa russa rotulada de “fazenda de trolls” pelos críticos, que realiza campanhas de influência on-line pró-governo.

“A operação contou com uma mistura de contas não autênticas e reais para introduzir um ponto de vista pró-Rússia no discurso político da África Central”, disse o Twitter.

A Rússia exerce influência crescente na República Centro-Africana desde 2018, quando enviou um grande contingente de “instrutores” para treinar o exército.

“Também removemos uma rede de 50 contas que atacaram o governo civil líbio e os atores que o apóiam, ao mesmo tempo em que expressamos apoio significativo à posição geopolítica da Rússia na Líbia e na Síria”, acrescentou o Twitter.

As contas proibidas também incluem 276 que compartilham conteúdo pró-governo no México, e “277 contas venezuelanas que ampliam contas, hashtags e tópicos em apoio ao governo e suas narrativas oficiais.”

Na África, 268 contas foram fechadas por terem como alvo o grupo de direitos civis FichuaTanzania, junto com 418 que “se envolveram em atividades inautênticas coordenadas” em Uganda para promover o presidente Yoweri Museveni.

“Na maioria dos casos, as contas foram suspensas por várias violações de nossas políticas de manipulação de plataforma e spam”, disse o Twitter.

Como outros gigantes de mídia social, o Twitter tem enfrentado críticas por não conseguir lidar com a desinformação em sua plataforma, bem como por postagens racistas, sexistas e homofóbicas, entre outras formas de discurso de ódio.

Ele também anunciou na quinta-feira que lançará um Twitter Moderation Research Consortium no início do próximo ano, reunindo “especialistas de toda a academia, sociedade civil, ONGs e jornalismo” para estudar possíveis melhorias.

O Twitter disse que não buscará influenciar as descobertas do consórcio.



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