O inferno do Covid-19 na Índia em imagens

Em Nova Delhi, a súbita repercussão da pandemia Covid-19 exige o uso de cremações em massa para cremar os corpos das vítimas, que se amontoam em necrotérios hospitalares saturados.

Com informações de Le Monde.

DINAMARQUÊS SIDDIQUI / REUTERS

As famílias agora devem fazer fila, esperar longas horas para se despedir de seu parente ou ente querido levado pelo Covid-19 e realizar os últimos rituais. Os crematórios em Nova Delhi, a cidade mais contaminada da Índia, estão sobrecarregados, espalhando sua fumaça acre. Os mortos derramam-se na capital, como em todo o país. As fogueiras acesas aos milhares foram o primeiro sinal de que a situação na Índia havia se tornado uma tragédia. A mídia nacional rapidamente noticiou que os números oficiais de mortes não correspondiam à atividade do crematório.

Os estabelecimentos já não têm espaço suficiente. Os corpos são queimados nas ruas, nos jardins e até nos parques públicos. A madeira está faltando. Cemitérios cavam sepulturas. A Índia, segundo país mais populoso do planeta, com 1,4 bilhão de habitantes, é devastada pela segunda onda da epidemia de Covid-19, que arrasa todas as classes sociais, tanto pobres quanto ricos. Quase 353.000 novos casos foram contabilizados no domingo, 25 de abril, e mais de 2.800 mortes. Dois milhões de infecções em uma semana.

O sistema de saúde literalmente explodiu. Os hospitais carecem de tudo, leitos de terapia intensiva, oxigênio, remédios, funcionários. Nos corredores atulhados de macas, as famílias imploravam em vão por oxigênio. Os enfermos morrem no caminho após terem procurado sem sucesso um posto de saúde, ou em frente aos portões de um hospital, sem poderem ser resgatados.

Já não se trata de uma luta contra o vírus, mas de uma corrida contra a morte que se trava, no país que tinha, erradamente, assegurado ter vencido a epidemia, quando no final de Janeiro atingia apenas 9.000 contaminações diárias. No início de fevereiro, com a volta da primavera, havia um ar de libertação e imprudência. Trabalhadores tiravam as máscaras, famílias invadiam parques, amigos iam para casamentos, aviões lotados.

Demorou apenas algumas semanas entre março e abril para o país ser varrido por um verdadeiro tsunami.

Vítimas de Covid-19 são cremadas em terra convertida em um crematório gigante em Nova Delhi em 23 de abril de 2021. DANISH SIDDIQUI / REUTERS
Trabalhadores descansam depois de transportar os corpos das vítimas de Covid-19 para um local de cremação em Nova Delhi, 24 de abril. ALTAF QADRI / AP
Um crematório para cremar as vítimas de Covid-19 em Nova Delhi, 24 de abril. ADNAN ABIDI / REUTERS
Estacas criadas para cremar os corpos das vítimas de Covid-19 em um terreno convertido em um crematório em Nova Delhi, 24 de abril. ALTAF QADRI / AP
Um homem com equipamento de proteção vigia os restos mortais de um ente querido que morreu de Covid-19, antes de sua cremação, em Nova Delhi, 24 de abril. ADNAN ABIDI / REUTERS

Um homem espera a cremação de parentes que morreram de Covid-19, sentado em uma pilha de madeira usada para alimentar cremações em Nova Delhi, 24 de abril. O consumo de madeira para cremar os corpos é tanto que as autoridades estão começando a derrubar árvores nos parques da cidade. ALTAF QADRI / AP
Em terras usadas como crematório para cremar as vítimas de Covid-19 em Nova Delhi, 24 de abril. DINAMARQUÊS SIDDIQUI / REUTERS
Vista aérea da terra em Nova Delhi convertida em um crematório gigante para cremar as vítimas de Covid-19, em 22 de abril. DINAMARQUÊS SIDDIQUI / REUTERS


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