Deslizamento de rocha mata duas crianças brasileiras em passeio turístico no Chile

Khálida Trabulsi Lisboa, de 3 anos, e Isadora Bringel, de 7 anos, estavam de férias com as famílias nos Andes e, segundo a governadora local, foram a um local fechado para visitas.

Fontes: O Globo; G1.

Local onde ocorreu o deslizamento que matou duas crianças brasileiras no Chile. Foto: Arquivo Pessoal – G1

Um deslizamento de rocha matou duas meninas brasileiras no Chile, informou a polícia local nesta segunda-feira (3). Khálida Trabulsi Lisboa, de 3 anos, e Isadora Bringel, de 7, morreram depois de serem atingidas por fragmentos da rocha, que se desprendeu de uma das montanhas nas imediações da barragem de El Yeso, um ponto turístico na Cordilheira dos Andes na região metropolitana de Santiago.

As identidades das meninas, que são do Maranhão, foram confirmadas ao G1 pela polícia chilena e a esposa do avô de Khálida. Também de acordo com essa familiar, as duas famílias eram amigas e passeavam no Chile. As crianças estudavam na mesma escola em Bacabal (MA).

A governadora da província de Cordillera, Mireya Chocair, disse que a operadora de turismo – não identificada – poderia ser responsabilizada porque o ônibus e os turistas, disse ela, passaram para um local proibido.

“Há sinalização, os guias de turismo sabem como funciona, o município está em contato constante com as agências. Há normas claras no lugar e são de conhecimento público”.

“Foi um acidente lamentável. As rochas se desprenderam e atingiram as crianças”, disse Mireya Chocair.


Segundo as primeiras informações, a família estava em um ônibus com 20 turistas na estrada El Volcán, quando o veículo foi atingido pelas pedras. 

O supervisor de loja Diego Marinho viu o momento exato em que duas crianças foram atingidas. Khálida e Isadora brincavam na neve, perto de uma enconsta, na subida da montanha de El Yeso, a cerca de cem quilômetros de Santiago. Elas estavam acompanhadas por uma terceira menina, que seria irmã de Khálida, e do pai de uma das crianças.

Marinho conta que, ao ver a pedra deslizando, gritou para que as pessoas corressem. Turistas que estavam próximo conseguiram puxar a terceira menina antes que ela fosse atingida.

 — Era uma rocha mais ou menos do tamanho de um pneu. Ela acabou batendo uma pedra maior e se dividiu em dois pedaços. Nós gritamos para que as pessoas corressem, mas a rocha atingiu as duas meninas — contou. — Como eu estava perto, me entregaram a menina que não se machucou e pediram para que eu cuidasse dela enquanto tentavam resgatar as outras.

O acidente aconteceu na metade do caminho para o topo da montanha, onde é possível ter a visão panorâmica do reservatório de El Yeso. Ainda de acordo com o relato, o pai de Khálida tentou salvar a filha após ela ser atingida — ele tentou reanimá-la, sem sucesso e, então, então, desceu a criança até a base da montanha.

O caminho estava muito escorregadio. Para ajudar o pai a descer a criança, alguns outros homens que estavam perto revezaram para segurar a menina e não correr o risco de tropeçar e cair. Eu estava com a terceira criança, que não foi atingida, e desci com eles — relatou Marinho.

A menina de 3 anos morreu na hora. A vítima de 7 anos, Isadora Bringel, foi resgatada pouco tempo depois. Segundo Marinho, na tentativa de salvar a criança, os turistas improvisaram uma maca arrancada do local do acidente para descer a menina — ela teve um dos braços quase amputado, mas não resistiu aos ferimentos.

Há dez dias, seis turistas brasileiros morreram em um apartamento em Santiago intoxicados por gás. Os corpos deles chegaram nesta segunda-feira ao Brasil para serem enterrados.

 O local em que as crianças morreram deveria estar fechado para turistas — mas, por razões ainda desconhecidas, estava com as barreiras levantadas ao público 

O consulado do Brasil no Chile informou que uma equipe da representação está a caminho do local do acidente para prestar assistência às famílias.

Isadora Bringel e Khálida Trabulsi, de 7 e 3 anos de idade — Foto: Divulgação


Deixe um comentário

Conectar com

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.