Os animais foram enviados para a Turquia ainda em dezembro do ano passado, mas o país recusou a carga com medo de que estivesse infectada com o vírus da doença da língua azul.
Com informações do G1.
A Espanha mandou sacrificar 895 vacas que passaram mais de dois meses confinadas em um navio cargueiro no Mar Mediterrâneo – os animais começaram a ser abatidos no sábado (06/02).
O carregamento partiu para a Turquia ainda em dezembro do ano passado, mas as autoridades do país se recusaram a recebê-lo por suspeitar de uma infecção pelo vírus da doença da língua azul.
A doença, que afeta apenas o gado, não apresenta risco de infecção para humanos e é transmitida por insetos.
Durante mais de dois meses, diversos outros países se recusaram a receber a carga animal que ficou confinada na embarcação Karim Allah, de bandeira libanesa, com comida e água em escassez.
Ativistas pelos direitos animais denunciaram as condições precárias do transporte, e um grupo de veterinários avaliou que os animais se feriram com a longa viagem.
Não está claro se o gado está realmente infectado, mas o Tribunal Superior de Madri decidiu pela suspensão de uma medida cautelar que impedia o sacrifício do carregamento.
Uma estrutura temporária foi construída dentro do porto de Cartagena para que as equipes sanitárias pudessem sacrificar e carregar as carcaças dos animais em contêineres.
Outra embarcação, o navio Elbeik, também deixou a Espanha em dezembro com cerca de 1,8 mil bovinos e está aportada próximo à costa do Chipre depois de não poder desembarcar sua carga.
O Ministério da Agricultura espanhol informou que segue as normativas europeias que prevêem a venda da carga recusada para outros países de fora do bloco, ou a destruição em seu país de origem.
Representantes do Partido Animalista da Espanha disseram ao “El País” que a operação mostra a “crueldade da indústria pecuária e a cumplicidade da administração pública”.
A organização Animal Welfare Foundation denunciou que esse tipo de comércio é pouco controlado e que os animais são “vítimas de arbitrariedades e erros”.