Único memorial à jovem vítima do Holocausto nos Estados Unidos amanhece com imagens de suásticas e a frase “Nós estamos em todo lugar”. Caso gera indignação, e chefe de polícia promete encontrar quem “incita ao ódio”.
Com informações de History; DW.
O único memorial dedicado a Anne Frank nos Estados Unidos, morta pelos nazistas em um campo de concentração, foi vandalizado. O caso aconteceu na cidade de Boise, em Idaho. Adesivos com suásticas foram colados em uma estátua da jovem e em outros monumentos.
No Centro Wassmuth para os Direitos Humanos existe uma estátua de bronze em tamanho real de Frank, que mostra a jovem segurando seu diário e espiando pela janela do esconderijo em que ela e sua família passaram 761 dias antes de serem encontrados pelos nazistas e enviados para campos de concentração em 1944. Além desse, outro monumento vandalizado representa a “espiral da injustiça”.
Os adesivos colados nos monumentos estampavam uma suástica e a frase “estamos em toda parte”. Outro adesivo foi colado sobre uma foto de Bill Wassmuth, que dá nome à entidade vandalizada. Ele era um padre católico que deixou o sacerdócio e ficou conhecido por denunciar supremacistas brancos e neonazistas.
Dan Prinzig, diretor da entidade, classificou o ato de vandalismo como “uma punhalada no coração”. A polícia está investigando o caso. Não é a primeira vez que o local é alvo de ataques parecidos. Em 2017, as paredes do prédio foram pichadas com mensagens racistas. O reparo custou 20.000 dólares (mais de R$ 100.000) à época.
Anne Frank é uma das mais conhecidas vítimas do Holocausto. Entre 1942 e 1944, ela documentou, por meio de um diário, seu cotidiano familiar num esconderijo em Amsterdã, onde sua família levou uma existência claustrofóbica e silenciosa na esperança de não ser capturada pelos nazistas.
Seu pai, o empresário alemão Otto Frank, tentou levar a esposa e as duas filhas para os Estados Unidos para fugirem da perseguição, mas sem sucesso.
Em 1944, a família judia foi descoberta no anexo na capital holandesa. Anne morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945, onde mais de 70 mil pessoas morreram. Após a libertação do campo de concentração sob a supervisão de soldados britânicos, caminhões transportaram as vítimas para valas comuns. Anne, que tinha apenas 15 anos, e a irmã estavam entre os mortos, em decorrência do tifo, mas a história de sua vida percorre o mundo até hoje por meio de seu diário publicado postumamente.