Templo budista Wat Pha Luang Ta Bua, de onde os 174 tigres foram resgatados, recebia milhares de turistas todos os anos. 86 morreram por suspeitas de por suspeitas de maus-tratos e anomalias genéticas.
Por: Revista Exame e Jornal de Notícias.
O templo de Wat Pha Luang Ta Bua, na província de Kanchanaburi (oeste), atraiu durante anos milhares de turistas, que se fotografavam ao lado dos tigres.
Entretanto, em 2016, os parques nacionais da Tailândia decidiram confiscar os grandes felinos, retirados do templo aos poucos, enquanto as acusações de abuso e exploração se multiplicavam.
Dezenas de filhotes mortos foram encontrados em congeladores, o que provocou suspeitas de que o templo vendia suas carcaças.
Na China e no Vietnã os restos mortais dos tigres podem alcançar preços elevados, pois muitas pessoas acreditam que possuem propriedades medicinais.
Os exemplares adultos que sobreviveram foram levados para centros de tratamento na região de Ratchaburi.
Mas apenas 61 dos 147 conseguiram sobreviver, informaram os diretores do parque natural à imprensa.
“É possível que isso esteja relacionado com a consanguinidade (endogamia), foram encontradas anomalias genéticas que afetam o seu corpo e o seu sistema imunológico”, disse Pattarapol Maneeon, do Departamento de Conservação de Parques Naturais, Fauna e Flora.
Muitos sofreram de paralisia da língua, problemas respiratórios e falta de apetite, o que se tornou fatal.
“A maioria dos tigres já estava em estado de ansiedade devido à transferência e a mudança de local. Depois disso, surgiram os problemas de saúde”, disse Sunthorn Chaiwattana, outro membro do departamento.
Mas, alguns defensores dos animais questionam a qualidade dos cuidados prestados aos tigres desde a sua captura pelas autoridades.
“Honestamente, quem teria a capacidade de cuidar de tantos tigres de uma só vez?” denunciou Edwin Wiek, fundador da organização não-governamental “Wildlife Friends Foundation Thailand”.
Gaiolas demasiado pequenas promoveram a propagação de doenças, “não estando ao nível necessário para tantos tigres”, lamentou Wiek.
A Tailândia atrai dezenas de milhões de visitantes por ano e o turismo da vida selvagem é um enorme sucesso, muitas vezes à custa do bem-estar animal.
Os turistas podem optar por montar em elefantes, brincar com macacos ou posar para ‘selfies’ com tigres.
Os defensores da natureza continuam indignados com o facto de os animais serem acorrentados, mal cuidados e forçados a colaborar em espetáculos.