Milhares participam da Parada Gay em Berlim; Varsóvia tem ato em apoio a LGBTs

Ruas de Berlim ficaram lotadas e coloridas com participantes usando trajes elaborados, incluindo roupas inspiradas na jogadora de futebol Megan Rapinoe e na série de TV americana “The Handmaid’s Tale”.

Fontes: G1; ACI Digital; Correio do Povo.


Reportagem da Euro News na Gay Pride de Berlim.

Centenas de milhares de pessoas participaram da Parada do Orgulho Gay em Berlim, na Alemanha, neste sábado (27). O lema deste ano foi: “Toda revolta começa com a sua voz”.

As ruas de Berlim ficaram lotadas e coloridas com participantes usando trajes elaborados, incluindo roupas inspiradas na jogadora de futebol Megan Rapinoe e na série de TV americana “The Handmaid’s Tale”.

A festa celebrou os direitos LGBT +, com desfile de carros alegóricos e caminhões de som. A caravana começou ao meio-dia na conhecida avenida comercial de Kurfürstendamm e avançou lentamente ao ritmo da música techno e dos slogans políticos, até chegar ao icônico Portão de Brandemburgo no distrito governamental no meio da tarde, onde o desfile terminou após vários discursos.

Pela primeira vez, a bandeira do arco-íris foi levantada na sede do partido conservador da chanceler Angela Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), como um aceno para a marcha, que corria em frente ao prédio.

Parada do Orgulho Gay reúniram milhares de pessoas em Berlim neste sábado (27/07) — Foto: Axel Schmidt/Reuters

“É uma data política. É importante que mostremos solidariedade”, disse o secretário de Estado para a Europa, o social-democrata Michael Roth, que participou do desfile e lembrou os muitos países onde a homossexualidade é legalmente perseguida.

A festa estava prevista para durar até a meia-noite, no Tiergarten, um grande parque no centro da capital. Há muitas apresentações musicais planejadas, entre as quais a ex-Spice Girls, Melanie C e DJ Felix Jaehn.

Os organizadores esperavam entre 500 mil e 700 mil participantes, embora a mídia tenha apontado a participação de 1 milhão de pessoas.

Em 2017, o parlamento da Alemanha apoiou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em uma votação histórica.

O nome do evento, Christopher Street Day, se refere à Christopher Street, rua de Nova York onde ocorreram, no final de junho de 1969, protestos no bar Stonewall Inn contra batidas policiais e abusos da polícia contra homossexuais. O evento é considerado um marco inicial do movimento pelos direitos dos homossexuais.


Encontro na Polônia apoia movimento

Na Polônia, milhares de pessoas se reuniram em Varsóvia neste sábado para apoiar os direitos LGBT+, uma semana após a primeira marcha do orgulho na cidade de Bialystok, que foi marcada por violência.

O Partido da Lei e Justiça (PiS), da Polônia, tornou os direitos LGBT uma questão de campanha antes das eleições parlamentares em outubro, com muitos políticos argumentando que marchas do orgulho promovem exibições públicas desnecessárias de sexualidade.

“A tensão está crescendo e está ligada à política do partido no poder, que é odiosa e intolerante”, disse Marta Zawadzka, uma estudante de 17 anos que participou do evento.

Recentemente a empresa do grupo sueco IKEA foi ameaçada de boicote e sofreu perseguição de grupos religiosos na Polônia por ter demitido um funcionário que fez declarações homofóbicas baseadas na bíblia. Os religiosos acusavam a IKEA de “doutrinação LGBT”.

A desaprovação por exibições de direitos LGBT transbordou nas ruas de Bialystok no sábado passado. Vídeos postados no Twitter mostraram homens atacando manifestantes e gritando insultos anti-LGBT.

A polícia deteve mais de 30 pessoas em conexão com a violência, enquanto políticos, incluindo o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, condenaram os ataques.


As fotografias e vídeos publicados nas redes sociais mostram homens, vários deles vestindo camisas de clubes de futebol, atacando e insultando os ativistas. Segundo a CNN, “milhares de fanáticos de futebol, ‘ultranacionalistas’, grupos de extrema direita e outros jogavam bombas de fumaça, pedras e garrafas de vidro”.

Um tribunal de Varsóvia esta semana suspendeu temporariamente a distribuição de adesivos “zona livre de LGBT” distribuídos por uma revista conservadora polonesa.

Os participantes do encontro deste sábado acenaram bandeiras LGBT do arco-íris e carregaram guarda-chuvas em solidariedade a Bialystok.

“Estou aqui por causa do que aconteceu em Bialystok e por causa dos adesivos ‘zona livre de LGBT'”, disse Amelia Rae, uma estudante de 15 anos.

Varsóvia realizou uma das suas maiores marchas de orgulho até hoje no início deste ano, com dezenas de milhares de participantes.

O Arcebispo de Bialystok, Dom Tadeusz Wojda, condenou o ataque de grupos opositores contra participantes de uma marcha do orgulho gay, realizada no último sábado, e observou que “a violência e o desprezo” são “incompatíveis com a atitude dos cristãos”.

“Os atos de violência e desprezo são incompatíveis com a atitude dos cristãos, seguidores de Cristo. É nosso dever defender valores com ferramentas que sempre sejam compatíveis com o mandamento do amor ao próximo e o respeito por cada ser humano”, escreveu Dom Wojda em um comunicado publicado em 22 de julho, dois dias após os eventos que ocorreram em Bialystok, leste da Polônia.

Segundo a CNN, o Arcebispo Bialystok chamou os fiéis a “defenderem os valores cristãos” participando de um piquenique familiar no Palácio Branicki e de uma vigília de oração ao ar livre na Catedral de Bialystok. Também disse que a marcha LGBTI foi “uma iniciativa alheia à região”.

Participante segura cartaz com os dizeres: “Eu temo o racismo” durante protesto em Varsóvia contra a violência que ocorreu durante a primeira marcha do orgulho em Bialystok no início deste mês — Foto: Kacper Pempel/Reuters


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