Fundo da Amazônia em risco de extinção devido a políticas do governo Bolsonaro

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se encontrou nesta quarta com embaixadores da Alemanha e Noruega, que admitem fim de fundo bilionário na Amazônia devido as regras do governo de Jair Bolsonaro.

Fontes: Veja: Estado de Minas.

Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, negocia com os doadores europeus do Fundo da Amazônia (Ueslei Marcelino/Reuters)

Fundo da Amazônia, criado em 2008 e administrado atualmente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), pode ser extinto. Só o governo da Noruega repassou mais de 3 bilhões de reais. A Alemanha, cujo envio é mais modesto, de cerca de 190 milhões de reais, anunciou nesta quarta-feira, 3, que suspendeu novo repasse previsto de 150 milhões de reais.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , e os embaixadores da Noruega e Alemanha, que se reuniram nesta quarta-feira, em “teoria” o fundo pode se extinto, mas está se discutindo sua continuidade, diálogo, e mais dedicação e sinergia entre os envolvidos.

O embaixador da Noruega Nils Martin Gunneng declarou que “como disse o ministro [Salles], teoricamente [a desativação do fundo] é uma opção, mas trabalhamos para que prossiga”.

O diplomata alemão Georg Witschel reafirmou que “existe esta possibilidade, mas queremos evitá-la”.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) divulgados nesta quarta indicaram que o desmatamento na região foi 88% maior que no mesmo período de 2018.

O governo de Jair Bolsonaro já havia sugerido em maio a intenção de alterar o funcionamento do fundo. Quer, por exemplo, passar a usar o dinheiro para indenizar proprietários rurais em unidades de conservação, o que é rechaçado por Noruega e Alemanha.

Além disso, Salles espera modificar a representação no conselho que definia a aplicação das verbas. Na última sexta-feira, 28, o governo brasileiro extinguiu o colegiado que coordenava a distribuição sem avisar os parceiros da Europa.

Um decreto de Bolsonaro em abril também fechou centenas de órgãos ligados à administração pública e que tratavam de temas ambientais.

“Para nós foi uma surpresa a extinção do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) e do comitê técnico, mas o ministro nos garantiu que o diálogo continua”, disse o embaixador norueguês.

Os embaixadores europeus se reuniram com o ministro brasileiro nesta quarta, em Brasília, e afirmaram que seguem trabalhando pela manutenção da parceria. Mas também já admitem a descontinuidade.

Segundo os representantes dos governos norueguês e alemão, os doadores fizeram uma série de questionamentos. E esperam por respostas até o fim deste mês.

O norueguês Nils Martin Gunneng disse esperar, aliás, que o fim dos conselhos fosse revisto pelo presidente brasileiro.

O fundo é o maior projeto de cooperação internacional para preservar a floresta amazônica. O dinheiro, gerido pelo BNDES, é repassado a estados, municípios, universidades e ONGs.

Floresta



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