Coreia do Norte executa enviado após cúpula fracassada com EUA, diz jornal sul-coreano

Segundo publicação sul-coreana, Kim Hyok-chol foi morto devido a fracasso de encontro entre Kim Jong-un e Trump. Governo norte-americano diz tentar checar informações sobre morte.

Fontes: Extra; G1.

FILE PHOTO: Kim Hyok Chol, North Korea’s special representative for U.S. affairs, leaves the Government Guesthouse in Hanoi, Vietnam, February 23, 2019. REUTERS/Athit Perawongmetha/File Photo

A Coreia do Norte executou seu enviado para questões nucleares junto aos Estados Unidos como parte de um expurgo de autoridades que conduziram as negociações de uma cúpula fracassada entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente dos EUA, Donald Trump, noticiou um jornal sul-coreano nesta sexta-feira.

A execução ocorreu, segundo o jornal, após Kim Hyok-chol ser responsabilizado pelo fracasso da reunião de fevereiro entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente norte-americano, Donald Trump, em Hanói, no Vietnã. O encontro serviu para discutir o programa nuclear da península coreana, mas terminou antes do previsto e sem um acordo.

A reportagem informa que Kim Hyok-chol foi baleado, em março, um mês após a cúpula, no Aeroporto de Mirim, controlado pela Força Aérea da Coreia do Norte. Ele teria sido atingido junto com mais quatro norte-coreanos de altos cargos no regime acusados de espionagem para os Estados Unidos.

De acordo com o jornal, as informações são de fontes de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, que não quiseram se identificar. A publicação informou, ainda, que o regime do ditador Kim Jong-un também puniu outra figura importante no diálogo entre Coreia do Norte e EUA, Kim Yong-chol. Ele teria sido enviado a um campo de trabalhos forçados e reeducação ideológica.

Os meios oficiais do regime de Pyongyang não fizeram qualquer alusão recente a Kim Hyok-chol ou a Kim Yong-chol. No entanto, o jornal “Rodong Sinmun”, publicação oficial do Partido dos Trabalhadores do regime, publicou um artigo em que mencionava “traidores que não poderão evitar o severo julgamento da revolução”.

Sem citar nomes, o jornal informou que certas pessoas “agiam de uma forma e reverenciavam o Líder na sua presença e sonhavam com outra coisa pelas costas”.

O escritório da presidência sul-coreana não quis comentar o caso. Em entrevista coletiva, o porta-voz do governo da Coreia do Sul, Ko Min-jung, disse que “seria inadequado tirar conclusões precipitadas sobre informações que ainda estão por serem confirmadas”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-um, participam de reunião em Hanói, no Vietnã, na quinta-feira (28) — Foto: Reuters/Leah Millis

EUA diz checar informações

O secretário de estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que os Estados Unidos estão tentando confirmar as informações sobre a suposta execução. “Nós vimos o relatório sobre o qual você se refere”, respondeu a pergunta feita em entrevista coletiva em Berlim, nesta sexta-feira.

“Estamos fazendo o nosso melhor para checar. Eu não tenho nada mais a acrescentar sobre isso hoje”, completou Pompeo.

Responsável por reunião com EUA liderou delegação na Espanha

Kim Hyok-chol liderou a primeira delegação da Coreia do Norte em Madri, na Espanha, entre janeiro de 2014 até 2017, quando o governo espanhol o expulsou em resposta aos testes nucleares e de mísseis de Pyongyang. O ex-enviado especial do regime não apareceu em outros atos oficiais desde a reunião de Hanói, segundo a agência EFE.

De acordo com as fontes do jornal sul-coreano, Kim Jong-un também puniu outros funcionários do regime envolvidos nas negociações com os EUA. O líder norte-coreano teria, inclusive, afastado a irmã dele, Kim Yo-jong, das funções que ela exerce no regime. A mulher foi estreita colaboradora dos encontros com Trump e com outros líderes estrangeiros.



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