1º de Maio é marcado por manifestações em diversos países.

Hong Kong, Rússia, Indonésia, África do Sul, França, Grécia… :  Protestos ocorreram no mundo todo no dia do trabalhador.

Fontes: G1; Exame; Metropoles; Rede Brasil Atual; El Pais; O Documento.

Moscou – Rússia –
Foto: Tatyana Makeyeva/Reuters

Na Venezuela, em vídeo, Juan Guaidó, convocou a população a voltar às ruas nesta quarta-feira (1º), Dia do Trabalhador, o que desencadeou uma série de protestos e ações violentas ao longo do dia. Em uma mensagem publicada hoje logo cedo, no Twitter, o autoproclamado presidente interino escreveu: “Seguimos com mais força que nunca”.

Protestos na Venezuela

A Venezuela atualmente tem uma população de 32 milhões de pessoas. Os personagens principais da crise que se arrasta há meses são: Nicolás Maduro, presidente; Juan Guaidó, líder da oposição e autoproclamado presidente; Leopoldo Lopez, líder opositor libertador; Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte e que está ao lado de Maduro.

No Brasil o combate à reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro será o mote dos principais protestos no Dia Internacional do Trabalhador.

Praticamente todas as capitais brasileiras tem manifestações marcadas para o dia. Os atos estão programados para acontecer no Distrito Federal e outras 14 unidades da Federação. Além da capital do país, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo participarão das manifestações.
O maior ato deve ser o do Vale do Anhangabaú em São Paulo, com apresentações artísticas e culturais entre 10h e 20h incluindo shows de Marília Mendonça, Ludmilla e Roberta Miranda.

A maior parte dos atos está sendo organizado por centrais sindicais, como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), com frentes de movimentos sociais, como Brasil Popular e Povo Sem Medo. Essa é a primeira vez na história que as centrais sindicais brasileiras se unem em um ato unificado de 1º de maio.

As mobilizações já ocorrem desde as primeiras horas da manhã. A capital paranaense, que hoje se transformou na “capital da resistência“, recebe caravanas vindas de diversas regiões do Brasil, com trabalhadores que querem manifestar apoio ao ex-presidente Lula.

Os milhares de manifestantes se concentraram no Terminal Boa Vista, local de chegada das caravanas em Curitiba, e seguiram até os arredores da sede da Polícia Federal, onde desejaram em coro um “bom dia” ao ex-presidente.

“Temos que lembrar que hoje é o aniversário da CLT, que no golpe foi destruída. Também Estamos aqui para dar o grito de Lula Livre, prestar solidariedade ao ex-presidente, condenar os abusos cometidos pelo juiz Sérgio Moro e pela ditadura do Judiciário”, afirmou o presidente do Partido dos Trabalhadores no Paraná, deputado federal Doutor Rosinha.

Em Pernambuco, as mobilizações do Dia do Trabalhador ocorrem na Praça do Derby, no Recife, que foi rebatizada de “Praça da Democracia”. Os trabalhadores se concentram desde às 9h da manhã, e devem sair em caminhada pelas ruas do centro. 

Em Contagem (MG), os trabalhadores também participaram de uma missa campal, na Praça da Cemig. Nas preces e cartazes, pedidos por emprego e melhores condições de trabalho.

Manifestantes do movimento coletes amarelos protestam na França por conta do Dia do Trabalho. O dia 1° de Maio na Europa é tradicionalmente marcado por protestos.


Em Paris, grupos de black blocs entraram em confronto com a polícia. Foram lançadas bombas de gás lacrimogêneo e manifestantes foram detidos. Nas redes sociais, sindicatos e coletes amarelos convocam a população para um dia de manifestações histórico. O movimento dos coletes amarelos teve início contra o aumento do imposto sobre o combustível no país.

O Ministério do Interior alega que cerca de 150 mil pessoas participam das manifestações populares, 16 mil delas apenas na capital francesa. Uma estimativa independente da consultoria de dados Ocurrence calcula que o número seja ainda maior e estima 40 mil manifestantes só em Paris.

Segundo as autoridades francesas, 249 pessoas foram detidas até o momento em Paris. Mais de 12 mil controles de identidade foram realizados em bloqueios espalhados por toda a cidade. Um efetivo de mais de 7 mil policiais foi mobilizado e manifestações foram proibidas em várias regiões da capital francesa.

História do Dia do Trabalhador

Para conquistar um direito que hoje consideramos incontestável, a jornada trabalhista de oito horas por dia, foram precisos sangue, suor, lágrimas… e um punhado de mortos. 1º de maio, celebra-se o Dia do Trabalho em quase todos os países do mundo. Uma jornada que foi perdendo seu caráter reivindicativo e se tornou um feriado a mais, mas que continua sendo um dos pilares do movimento operário.

Em 1º de maio de 1886, um conflito durante um durante um protesto de operários de Chicago, que reivindicavam melhores condições de trabalho, terminou com a morte de quatro trabalhadores.

Três anos depois, durante a Segunda Internacional Socialista, congresso que reuniu os principais partidos socialistas e sindicatos de toda Europa, a data foi definida como homenagem a esses operários.

Após a 2ª Guerra, na União Soviética, as passeatas de 1º de maio se transformaram em importantes eventos políticos. Hoje, a data é celebrada em mais de 90 países.

De acordo com o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getulio Vargas, a data passou a ser comemorada no Brasil no início do século XX, pouco após a abolição da escravidão em 1888.

“A partir daí, a defesa de condições mais humanas de trabalho começou a se desenhar mais fortemente no país, tendo que enfrentar a dura herança de um passado escravista que marcou profundamente toda a sociedade brasileira, na sua forma de tratar e de pensar seus trabalhadores. Essa luta foi longa, difícil e ainda não terminou”, afirma a pesquisadora da FGV Angela de Castro Gomes, em um artigo.



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