Em 2015 cerca de 80 tartarugas foram encontradas mortas nos Lençóis Maranhenses, a 265 km de São Luís. Em 2018, o número de mortes evoluiu para 280 e os biólogos estão preocupados com a contaminação de microplásticos na água.
Fonte: G1.
As tartarugas confundem com alimentos e ingerem. A bióloga Talita Espósito explica sobre a contaminação por micropartículas. “É um plástico que a gente não consegue ver a olho nu, mas que pode incorporar contaminantes como metais pesados e pode ser incorporado as células do animal”, afirmou.
O microplástico é resultado da ação da água e da radiação do sol sobre garrafas, tampas e demais objetos plásticos descartados. Nos Lençóis Maranhenses já foram identificados lixos de 19 países que estão se acumulando na maternidade das tartarugas marinhas. Essa enorme quantidade de lixo está interferindo no comportamento reprodutivo dos animais.
Há três anos os biólogos identificaram pela primeira vez no Maranhão, uma tartaruga híbrida, resultado do cruzamento de duas espécies diferentes, a tartaruga verde e a oliva. Desde então o número de animais híbridos não para de crescer.
Em 2018, cientistas coletaram amostras para identificação molecular de 21 animais na região, dentre eles, cinco eram híbridas. A bióloga Larissa Barreto explica o motivo do surgimento de espécies híbridas. “Como está aumentando a mortalidade, o macho de uma espécie pode não encontrar uma fêmea de sua espécie e aí reproduz com a fêmea de outra espécie”, contou.
Os biólogos afirmam que as tartarugas híbridas são mais frágeis e temem que a sua multiplicação acabe aumentando o número de mortes. O doutor em ecologia, Luiz Fernando Costa, finaliza explicando o fator de hibridização. “A gente tem uma suspeita de que a hibridização também seja um fator relevante para explicar o motivo de as tartarugas marinhas estarem em estado de extinção”, concluiu.