Giordano Bruno: Filósofo, astrônomo, poeta e teórico da cosmologia italiano

Nascido em Nola, Itália, em 1548, e morto na fogueira em Roma, em 1600, foi um mártir da ciência e do pensamento livre, e suas ideias continuaram a inspirar gerações de filósofos, cientistas e escritores.

Por Rafael L. M.

Estátua de Giordano Bruno
O lugar em que Bruno foi queimado pela Inquisição, em Roma, tem hoje uma estátua em sua homenagem. Getty Images

Giordano Bruno foi um pensador radical que desafiou as doutrinas da Igreja Católica, defendendo ideias que eram consideradas heresias. Ele acreditava que o universo é infinito e que a Terra não era o centro de tudo. Ele também acreditava que o universo seria habitado por outros seres inteligentes, que a vida não era exclusividade da Terra. Também defendia a ideia de que o homem é capaz de alcançar a salvação por meio do conhecimento.

Em 1592, Bruno foi preso pela Inquisição em Roma. Ele foi acusado de heresia, incluindo a defesa de ideias que eram consideradas contrárias à doutrina católica. Foi condenado à morte por heresia e queimado na fogueira em 17 de fevereiro de 1600.

Sua morte foi um evento importante na história da ciência e do pensamento livre. Ele foi um mártir da ciência e do pensamento livre, e suas ideias continuaram a inspirar gerações de filósofos, cientistas e escritores.

As ideias de Bruno

As ideias de Bruno sobre o universo foram um avanço importante para a ciência. Elas anteciparam as descobertas de Nicolau Copérnico, que demonstrou que a Terra gira em torno do Sol.

Ele também foi um defensor do método científico, pois acreditava que o conhecimento deve ser baseado na observação e na experimentação.

As ideias de Bruno sobre o universo foram consideradas perigosas pela Igreja Católica, que era a autoridade intelectual e religiosa da época, e via que ele estava ameaçando seu poder.

Para ele a natureza era uma manifestação da divindade. Ele acreditava que o universo é um organismo vivo e que todos os seres vivos são parte de um todo maior. Bruno também acreditava que a natureza é governada por leis naturais que podem ser descobertas por meio da observação e da experimentação.

A perseguição da Igreja Católica

A perseguição a Giordano começou em 1592, quando ele foi preso pela Inquisição em Roma. Ele foi acusado de heresia, incluindo a defesa de ideias que eram consideradas contrárias à doutrina católica. Condenado à morte por heresia, foi queimado na fogueira em 17 de fevereiro de 1600.

A perseguição foi motivada por uma série de fatores. Primeiramente, suas ideias sobre o universo eram consideradas uma ameaça à autoridade da Igreja Católica, que acreditava que a Terra era o centro do universo e que o Sol e os planetas giravam em torno dela. Bruno, por outro lado, acreditava que o universo é infinito e que a Terra é apenas um pequeno planeta em meio a um vasto oceano de estrelas.

Suas ideias sobre a natureza divina também eram consideradas uma ameaça à fé cristã. A Igreja Católica acreditava que Deus é um ser transcendente que está separado do mundo natural, ele, por outro lado, acreditava que a natureza é uma manifestação da divindade e que todos os seres vivos são parte de um todo maior.

O que dizia sobre a liberdade de pensamento era considerado uma ameaça à ordem social e religiosa. A Igreja Católica acreditava que apenas ela tinha o direito de interpretar a palavra de Deus e que as pessoas deveriam ser submissas à autoridade da Igreja. Como ele defendia a liberdade de pensamento e de expressão, que são valores fundamentais para a democracia, foi perseguido até ser condenado e morto.

O julgamento de Bruno

Bruno foi julgado pela Inquisição em Roma por um tribunal de clérigos. O julgamento foi um processo obviamente injusto, típico dos julgamentos da Inquisição, e ele não teve direito nem de ter um defensor.

O tribunal o acusou de heresia por defender as seguintes ideias:

  • O universo é infinito e habitável por outros seres inteligentes.
  • A natureza é divina e deve ser estudada por meio da observação e da experimentação.
  • O homem é um ser livre e deve ser livre para pensar por si mesmo.

Ele também foi acusado de negar várias doutrinas católicas essenciais, incluindo a condenação eterna,Trindade, a divindade de Cristo,virgindade de Maria e a transubstanciação

No último interrogatório do Santo Ofício, não abjurou e, em dia 8 de fevereiro de 1600, foi condenado à morte na fogueira. Sendo obrigado a ouvir a sentença ajoelhado, Giordano Bruno teria respondido com um desafio: Maiori forsan cum timore sententiam in me fertis quam ego accipiam (“Talvez sintam maior temor ao pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi-la”)

O legado

A morte de Giordano foi um evento importante na história da ciência e do pensamento livre. Considerado um mártir da ciência e do pensamento livre, suas ideias continuaram a inspirar gerações de filósofos, cientistas e escritores.

A sua morte também foi um símbolo da intolerância da Igreja Católica que usou a Inquisição para perseguir e matar quem discordasse de suas doutrinas.

As suas ideias foram inovadoras e desafiadoras para a época em que ele viveu. Foram baseadas em uma visão holística do universo, que enfatiza a interconexão de todos os seres vivos, e defendendo a liberdade de pensamento e de expressão, que são valores fundamentais para a democracia.

O seu legado continua a ser relevante na atualidade, especialmente em um mundo onde o pensamento crítico e a diversidade de opiniões são cada vez mais necessários.



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