Cientistas encontram composto de cannabis dentro de uma planta totalmente diferente

Cientistas descobriram o canabidiol, um composto da cannabis conhecido como CBD, em uma planta brasileira comum.

Com informações de Science Alert.

Um tipo de Trema micrantha. (Daniel Pineda Vera/iNaturalist/CC BY 4.0)

Uma equipe de cientistas encontrou CBD nos frutos e flores de uma planta conhecida como Trema micrantha blume, um arbusto que cresce em grande parte do país sul-americano e é frequentemente considerado uma erva daninha, disse o biólogo molecular Rodrigo Moura Neto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. AFP.

O CBD, cada vez mais usado por alguns para tratar condições como epilepsia, dor crônica e ansiedade, é um dos principais compostos ativos da cannabis, junto com o tetrahidrocanabinol, ou THC – a substância que faz os usuários se sentirem chapados.

A eficácia do composto como tratamento médico ainda está sob pesquisa.

Neto disse que a análise química descobriu que a Trema contém CBD, mas não THC, levantando a possibilidade de uma nova fonte abundante do primeiro – uma que não enfrentaria os obstáculos legais e regulatórios da cannabis, que continua a ser proibida em muitos lugares, incluindo Brasil.

“É uma alternativa legal ao uso de maconha”, disse ele.

“Essa é uma planta que cresce em todo o Brasil. Seria uma fonte de canabidiol mais simples e barata.”

Os cientistas já haviam encontrado o CBD em uma planta relacionada na Tailândia, disse ele.

Neto, que ainda não publicou seus resultados, disse que agora planeja ampliar seu estudo para identificar os melhores métodos para extrair o CBD de “Trema” e analisar sua eficácia em pacientes com condições atualmente tratadas com cannabis medicinal.

Sua equipe ganhou recentemente uma bolsa de R$ 500.000 (US$ 104.000) do governo brasileiro para financiar a pesquisa, que ele estima que levará pelo menos cinco anos para ser concluída.

Um estudo do ano passado pela empresa de análise de mercado Vantage Market Research estimou o mercado global de CBD em quase US$ 5 bilhões e projetou que cresceria para mais de US$ 47 bilhões até 2028, impulsionado principalmente pelo uso de saúde e bem-estar.



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