7 maneiras pelas quais a mudança climática está prejudicando a vida marinha

Mais de 70% do nosso planeta é mar e oceano; sob as ondas, a mudança climática está causando estragos.

Com informações de Global Citizen.

Uma foca-monge havaiana nada perto do mergulhador atrás da câmera no Monumento Nacional Marinho de Papahānaumokuākea. 
Papahānaumokuākea é uma das maiores Áreas Marinhas Protegidas do mundo. | Monumento Nacional Marinho de Papahānaumokuākea. | Andrew Gray/NOAA

O oceano, que cobre 71% do nosso planeta, é um ecossistema maravilhoso e enigmático. 

No entanto, à espreita sob a superfície, os impactos das mudanças climáticas na vida marinha estão se tornando cada vez mais alarmantes. 

Continue lendo para descobrir algumas das maneiras pelas quais a mudança climática está tendo consequências devastadoras para os oceanos e mares do mundo e seus habitantes. 

1. Oceanos em aquecimento

À medida que as temperaturas globais continuam a subir, o impacto na vida marinha está se tornando cada vez mais evidente, com o aquecimento de nossos oceanos levando a ecossistemas perturbados, mudanças de comportamento e até diminuição da reprodução da vida marinha. 

A gravidade do problema é agravada pelas ondas de calor marinhas mais frequentes e intensas, resultando na morte em massa de espécies como os recifes de coral. De fato, de acordo com o WWF, nas últimas três décadas, o mundo perdeu metade de seus recifes – resultado de uma combinação de práticas de pesca nocivas, água poluída, desenvolvimento de áreas costeiras, navegação e, é claro, mudanças climáticas que causam aquecimento do oceano.

Conforme destacado pelo Programa Ambiental da ONU, todos os recifes de corais do mundo podem branquear até o final do século se a água continuar a aquecer nas taxas atuais. 

2. Acidificação dos oceanos

A acidificação dos oceanos, causada pelo aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera, é uma grande ameaça aos oceanos e à vida marinha do mundo. 

O oceano absorve cerca de 25% a 30% das emissões anuais de dióxido de carbono (CO2) do mundo, o que ajuda a mitigar os impactos das mudanças climáticas, mas ao mesmo tempo faz com que mares e oceanos se tornem mais ácidos. Nos 250 anos desde o início da Revolução Industrial, a acidez do oceano aumentou 30%.

A acidificação do oceano já está causando grandes problemas para muitas espécies que habitam os mares e oceanos do mundo – mas particularmente para organismos que formam conchas e esqueletos duros, como ostras, corais e pequenos caracóis marinhos chamados pterópodes, que são uma parte vital do sistema alimentar oceânico. 

Quanto mais ácido é o oceano, mais difícil é para as espécies produtoras de conchas construírem e manterem suas conchas – na verdade, se os níveis de ácido ficarem muito altos, suas conchas e esqueletos podem até começar a se dissolver. 

3. Gelo derretido 

O derretimento do gelo marinho nas regiões ártica e antártica é um resultado bem documentado do aquecimento do nosso planeta.

Você provavelmente já viu imagens de ursos polares desesperadamente famintos, que se tornaram um símbolo dos impactos das mudanças climáticas. Os ursos polares estão passando fome porque, à medida que o gelo do mar derrete, eles têm menos área para caçar e encontrar comida

Mas o problema vai muito além dos ursos polares. 

O gelo marinho também é essencial para a produção de algas. As algas são uma base realmente crucial para toda a cadeia alimentar do Ártico, então menos algas significa um impacto em muitas espécies – do bacalhau do Ártico às focas e baleias, bem como aos ursos polares. 

Além de alimento, o gelo marinho também é um habitat vital para focas, morsas, pinguins e outros animais; assim como o gelo do mar desaparece, o mesmo acontece com as casas dessas espécies. 

Pode parecer que os impactos das mudanças climáticas nas regiões ártica e antártica são um problema “distante” – mas, na verdade, o que acontece nas regiões polares do mundo afeta todas as nossas vidas. Você pode aprender mais sobre isso aqui

4. Aumento do ruído oceânico 

A poluição sonora causada pelo homem no oceano está se tornando um problema crescente – com impactos na vida marinha, incluindo estresse, além de interferir na comunicação e navegação das espécies e interromper as interações predador-presa. 

A mudança climática, você adivinhou, está tornando esse problema ainda pior. Isso porque está levando a mudanças nas temperaturas e correntes oceânicas – que, por sua vez, aumentam os níveis de ruído no oceano. 

Enquanto isso, o aumento da temperatura dos oceanos e a acidificação dos oceanos estão forçando as espécies marinhas a se adaptarem, inclusive causando mudanças no comportamento, tendo que encontrar novos habitats e problemas com a reprodução. 

A poluição sonora está tornando as coisas *ainda* mais difíceis para essas espécies, interrompendo a comunicação, impedindo que os animais localizem suas presas e tornando mais difícil encontrar parceiros.

Os efeitos combinados das alterações climáticas e da poluição sonora estão a ter consequências graves para os ecossistemas marinhos, incluindo a perda de biodiversidade e a interrupção das cadeias alimentares. Portanto, mitigar o ruído oceânico produzido pelo homem é essencial para proteger a vida marinha diante das mudanças climáticas.


5. Mudanças nas correntes oceânicas 

Como uma teia delicada, a interconexão do oceano significa que uma pequena mudança na temperatura pode causar uma grande onda de mudanças nas correntes — interrompendo a migração marinha e destruindo ecossistemas inteiros. 

À medida que a cadeia alimentar muda e as espécies lutam para navegar, os cientistas precisam lidar com os complexos efeitos dessas mudanças em nossos oceanos. 

Mudanças nas correntes oceânicas podem ocorrer devido a uma variedade de fatores, incluindo mudanças na temperatura, mudanças nos padrões de vento e derretimento do gelo marinho. 

À medida que as correntes mudam, elas podem interromper a cadeia alimentar, alterar a distribuição do plâncton e de outros organismos e tornar mais difícil para as espécies marinhas navegar e encontrar seu caminho para locais de reprodução e alimentação. 

Mas, além de afetar espécies individuais, as mudanças nas correntes oceânicas também podem ter impactos mais amplos no nível do ecossistema. Interrupções na cadeia alimentar, por exemplo, podem levar ao declínio populacional de certas espécies, o que pode ter efeitos em cascata em outras partes do ecossistema. 

6. Eventos climáticos extremos 

Você já planejou uma roupa e acordou na manhã seguinte com granizo quando deveria estar um céu ensolarado? Sim! Essa é a nova norma. Agora estamos vivendo em um mundo onde as condições climáticas são  anormalmente irregulares

A mudança climática está causando mais ocorrências de tempestades intensas,  furacõesciclones e outros eventos climáticos extremos que podem danificar habitats e ciclos de vida. 

Durante um furacão ou ciclone, a água da chuva entra no oceano e pode estressar os corais. De acordo com o Serviço Nacional do Oceano, quando se aproximam da costa, furacões e ciclones podem efetivamente abalar a água do oceano, levando a areias movediças e águas rasas lamacentas, bloqueando a luz solar essencial da qual os corais e outras criaturas marinhas dependem. 

Enquanto isso, eventos extremos de calor podem levar a ondas de calor oceânicas – e já abordamos acima o que o aquecimento dos oceanos significa para a vida marinha. 

7. Desoxigenação dos Oceanos 

Isso é essencialmente a perda de oxigênio no oceano e é impulsionado pelo aquecimento do oceano – porque a água mais quente não pode conter tanto oxigênio. De fato, desde a década de 1950, o teor de oxigênio dos oceanos do mundo caiu cerca de 2%. Se não mudarmos as coisas, espera-se que os oceanos percam cerca de 3-4% até o ano 2100. 

A falta de oxigênio, sem surpresa, é uma notícia muito ruim para a vida marinha – e, como a respiração consome oxigênio e libera dióxido de carbono, muitas vezes também vem de mãos dadas com a acidificação dos oceanos

Ainda não sabemos muito sobre como a perda de oxigênio no oceano afeta os seres humanos; mas sabemos que tem impactos severos na biodiversidade marinha — já estamos vendo quedas nas espécies de peixes — assim como no funcionamento saudável dos ecossistemas oceânicos. 

A desoxigenação também altera o equilíbrio da vida marinha, afetando especialmente peixes maiores, como  atum, marlim, peixe-espada e tubarões – que são hipersensíveis a ambientes com pouco oxigênio. 

Em última análise, é dolorosamente claro que a mudança climática está tendo um impacto dramático e devastador na vida marinha – e uma ação urgente é necessária para proteger os ecossistemas marinhos e as inúmeras criaturas que dependem deles (para não mencionar os inúmeros humanos que também dependem). 

Todos nós temos um papel a desempenhar – desde fazer escolhas sustentáveis ​​para ajudar a proteger o oceano e nosso meio ambiente, até instar os líderes mundiais e empresariais a tomarem as medidas urgentes, amplas e ambiciosas necessárias para enfrentar as mudanças climáticas e proteger o planeta. Junte-se aos Cidadãos Globais de todo o mundo que estão lutando contra as mudanças climáticas, entrando em ação com o Global Citizen agora



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