O fundo da Fossa das Marianas tem cerca de 35.876 pés (10.935 metros) de profundidade, tornando-a mais profunda do que a altura do Monte Everest.
Com informações de Live Science.
As profundezas mais profundas do mar são encontradas na Fossa das Marianas em forma de meia-lua, localizada no oeste do Oceano Pacífico. Mas qual é o ponto mais profundo da Fossa das Marianas?
A Fossa das Marianas tem cerca de 2.550 quilômetros de comprimento e está localizada a leste das Ilhas Marianas, que dão nome à trincheira, de acordo com a Universidade de Washington. O ponto mais profundo da Fossa das Marianas é um vale chamado Challenger Deep, localizado no extremo sul da Fossa das Marianas, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).
De acordo com a NOAA, o Challenger Deep se estende por cerca de 35.876 pés (10.935 metros) abaixo da superfície. Isso o torna cerca de 7.000 pés (2.100 m) mais profundo do que o Monte Everest é alto, observou a NOAA
Para medir a profundidade do oceano usando instrumentos modernos, os cientistas têm basicamente duas opções: um sonar montado em um navio na superfície do oceano ou um sensor de pressão implantado no fundo do mar que pode ajudar a medir quanta água está acima dele, disse Greenaway.
Feixes de sonar de sondas de eco multifeixe “podem produzir cobertura completa do fundo do mar”, disse Greenaway, líder de operações marítimas da equipe de construção de novos navios da NOAA. “Por melhores que sejam, os sistemas do navio estão muito longe do fundo do mar, o que limita a precisão horizontal e vertical da medição.”
Por exemplo, com o Challenger Deep, “o som leva cerca de 14 segundos para descer até o fundo do mar e voltar”, e a salinidade, temperatura e pressão da água podem afetar a velocidade e o caminho que o som segue, disse Greenaway. Como resultado, a precisão vertical de uma medição com ecobatímetro é de cerca de 80 pés (25 m), observou ele.
Com um sensor de pressão, construir um medidor de pressão que seja preciso o suficiente em pressões tão altas é bastante desafiador, disse Greenaway. No fundo do Challenger Deep, a pressão é mais de 1.000 vezes a pressão atmosférica padrão ao nível do mar, observou o Guinness World Records.
“Depois disso, precisamos corrigir a densidade da água acima do sensor, a gravidade puxando a água para baixo, a pressão da atmosfera e as marés”, observou Greenaway. “Implantar um sensor de pressão no lugar certo também é um truque.”
Para fazer suas medições, Greenaway e seus colegas lançaram um sensor de pressão no fundo do mar para servir como referência para suas leituras de ecossonda. “A incerteza do sensor de pressão dominou nossa incerteza geral, mas os fabricantes de instrumentos estão fazendo grandes progressos na melhoria desses sensores, então espero que esse componente da incerteza possa melhorar substancialmente no futuro”, disse ele.
As superfícies de Marte e da Lua são mapeadas com maior resolução e precisão do que o fundo do oceano, disse Greenaway em um post no Reddit. “Passei a maior parte da minha carreira trabalhando com vários aspectos do mapeamento do fundo do mar”, disse ele à Live Science. “Acho que é surpreendente para muitas pessoas o quanto desse trabalho de mapeamento ainda precisa ser feito.”
Em termos práticos, “a diferença de o Challenger Deep ter 10.935 metros de profundidade, como determinamos, ou 10.984 metros, como estimou uma recente campanha de mapeamento, realmente não importa muito”, disse Greenaway. “No entanto, a ideia de que precisamos sair e medir a profundidade dos oceanos do mundo é realmente importante.” Por exemplo, essa pesquisa pode ajudar com o posicionamento preciso de veículos subaquáticos, bem como com sensores de pressão que ajudam a monitorar as flutuações do nível da água devido às mudanças climáticas, disse ele.
A profundidade também é importante para os exploradores de águas profundas. Em 26 de março de 2012, o cineasta James Cameron mergulhou 35.787 pés (10.908 m) na embarcação submersível Deepsea Challenger na fossa oceânica, estabelecendo o recorde de mergulho solo mais profundo. Em 2019, o explorador e empresário Victor Vescovo fez o mergulho mais profundo já registrado, a 35.853 pés (10.927 m) no Oceano Pacífico. Vescovo trabalhou com especialistas em águas profundas, incluindo o capitão Don Walsh, um oceanógrafo da Marinha dos EUA conhecido por mergulhar com o oceanógrafo e engenheiro suíço Jacques Piccard no Challenger Deep em 23 de janeiro de 1960. Eles se tornaram as primeiras pessoas a chegar a parte mais profunda do oceano, a cerca de 35.814 pés (10.916 m).
