A produção foi interrompida na maior fábrica de chocolate do mundo, administrada pela gigante suíça Barry Callebaut na cidade belga de Wieze, após a descoberta de contaminações por salmonela, informou a empresa.
Por Anne-Laure MONDESERT com informações de MedicalXpress.
Um porta-voz da empresa disse à AFP que a produção foi interrompida de forma protetora na fábrica, que produz chocolate líquido em lotes no atacado para 73 clientes que fabricam doces.
A empresa disse que 72 das 73 empresas confirmaram que interromperam as entregas de chocolate potencialmente contaminado a tempo de evitar que atingisse as lojas e aguardavam uma resposta do último cliente.
Até agora, não houve relatos de nenhum consumidor de chocolate exposto à salmonela, que causa a salmonelose, uma doença que causa diarréia e febre, mas só é perigosa nos casos mais extremos.
“Todos os produtos fabricados desde o teste foram bloqueados”, disse o porta-voz Korneel Warlop.
“A Barry Callebaut está entrando em contato com todos os clientes que podem ter recebido produtos contaminados. A produção de chocolate em Wieze continua suspensa até novo aviso.”
A maioria dos produtos descobertos contaminados ainda está no local, disse ele.
Mas a empresa entrou em contato com todos os seus clientes e pediu que não enviassem nenhum produto feito com chocolate feito desde 25 de junho na fábrica da Wieze, que fica em Flandres, a noroeste de Bruxelas.
“A segurança alimentar é de extrema importância para a Barry Callebaut e essa contaminação é bastante excepcional. Temos uma carta e procedimentos de segurança alimentar bem definidos”, disse a empresa.
Luz verde
A agência belga de segurança alimentar AFSCA foi informada e um porta-voz disse à AFP que abriu uma investigação.
Um porta-voz da AFSCA disse que os investigadores “reunirão todas as informações para rastrear a contaminação”.
A fábrica de Wieze não fabrica chocolates para serem vendidos diretamente aos consumidores, e a empresa não tem motivos para acreditar que quaisquer produtos contaminados feitos por clientes já chegaram às prateleiras das lojas.
O susto ocorre algumas semanas após um caso de chocolates contaminados com salmonela na fábrica da Ferrero em Arlon, no sul da Bélgica, que fabrica chocolates Kinder.
As autoridades de saúde belgas disseram em 17 de junho que deram luz verde para reiniciar a fábrica da gigante italiana por um período de teste de três meses.
O grupo suíço Barry Callebaut fornece produtos de cacau e chocolate para muitas empresas da indústria alimentícia, incluindo gigantes da indústria como Hershey, Mondelez, Nestlé ou Unilever.
Número um mundial no setor, suas vendas anuais totalizaram 2,2 milhões de toneladas durante o ano financeiro de 2020-2021.
No último ano fiscal, o grupo, que tem sede em Zurique, gerou um lucro líquido de 384,5 milhões de francos suíços (US$ 402 milhões) para 7,2 bilhões de francos em faturamento.
O grupo emprega mais de 13.000 pessoas, tem mais de 60 locais de produção em todo o mundo.
