As economias primitivas

Os povos coletores – Aparecimento do homem – Estágios culturais – Evolução da estrutura social.

Trecho do livro “História Economica”, Magalhães Filho – Capítulo I.

Plioceno ou pliocénico é a última época do antigo período Terciário da era Cenozoica. Está compreendido entre há cerca de 5 e 2 milhões de anos. Divide-se nas idades Zancleana, Piacenziana e Gelasiana, da mais antiga para a mais recente. Imagem Reprodução

A partir do período geológico conhecido como Plioceno, cujo inicio data de aproximadamente dez milhões de anos, a lenta marcha da evolução faz surgir, na ordem dos primatas, várias espécies que se caracterizam pejo porte ereto, ausência de cauda e cérebros maiores.

Estas diversas espécies, agrupadas para efeito de simplificação como família dos homínidas, eram compostas por animais que, para poder sobreviver na luta pela existência, haviam sido obrigados a abandonar as florestas em que viveram seus antepassados, tendo de aprender a obter seu sustento e a defender-se em savanas e pradarias, onde eram de pouca valia os condicionamentos herdados do tipo anterior de vida da qual provinham.

Ao longo de milhões de anos essas espécies, aparentadas entre si, atravessaram um lento processo de adaptação e seleção. Tratava-se de criar novos condicionamentos adequados às condições reais de vida que tinham de enfrentar. E o repto tornava-se ainda maior pelo fato de que o próprio meio ambiente sofria contínuas mudanças, à medida em que se aproximava o período geológico seguinte, o Pleistoceno, que traria consigo as grandes glaciações, que cobririam de geleiras largas extensões da superfície terrestre.

Nesse admirável processo de resposta ao desafio da natureza algumas das espécies homínidas conseguiram desenvolver aptidões capazes de lhes permitir a sobrevivência e a evolução, enquanto outras eram condenadas à extinção. Entre as primeiras, o esforço contínuo para conseguir comida, e para evitar transformar-se em comida, levou à utilização de objetos apanhados do próprio meio natural em que viviam.

Essa utilização de objetos apanhados do meio natural – pedras, ossos, pedaços de pau – certamente foi, de início, mera ação reflexa. E como ação reflexa, mero condicionamento instintivo, permaneceu durante gerações. Mas a repetição sucessiva, constante, desse ato reflexo, complexo por sua própria natureza, pois incluía necessariamente um objeto externo ao animal que o praticava, estimulou ainda mais o desenvolvimento da capacidade cerebral dessas espécies.

Nunca se saberá exatamente quando ou onde, e possivelmente o fato se deu em vários lugares, em momentos diferentes, e foi em si também um processo lento. O certo é que um dia o animal ganhou consciência do ato reflexo que praticava. E ganhou consciência do distanciamento que havia entre ele, sujeito, e o objeto que utilizava. E ganhou consciência do relacionamento existente entre ambos por ocasião do ato.

Do trabalho nascera a consciência; com a consciência o ato reflexo passara a ser trabalho. Pelo trabalho, ao gerar este a consciência, o animal transformara-se em homem.

Homo-erectus – Reprodução


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