Em sequência de posts no Twitter, o ministro da Educação classificou a Proclamação da República como o “primeiro golpe de estado no Brasil”, tecendo elogios à Monarquia e provocando feministas.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez elogios à Monarquia e questionou as comemorações em homenagem à Proclamação da República, que completa 130 anos nesta sexta-feira, 15.
“Não estou defendendo que voltemos à Monarquia mas…O que diabos estamos comemorando hoje?”, questionou, em uma sequência de posts no seu perfil no Twitter. Segundo o ministro, a proclamação foi uma “infâmia” contra o então imperador D. Pedro II, a quem classificou como um dos melhores gestores e governantes da história mundial.
Dom Pedro II cedeu o comando do Brasil em 15 de novembro de 1889 a Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do País.
Para o ministro, o golpe republicano derrubou “um patriota, honesto, iluminado, considerado um dos melhores gestores e governantes da História”. O então imperador morreria dois anos depois no exílio, em Paris.
Em um terceiro post, Abraham Weintraub publicou uma foto onde despacha ao lado de colegas de Esplanada, como o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e da Cidadania, Osmar Terra, e ironizou o feriado da proclamação da República e disse que a melhor forma de comemorar, entre aspas, o “primeiro golpe do Brasil” seria trabalhando.
As críticas à instauração do regime republicano ocorrem em meio às controvérsias envolvendo o aliado e deputado federal Luís Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), descendente de Pedro II que assume o título de “príncipe” na linhagem da antiga família real brasileira. Ele se tornou o pivô de uma troca de farpas entre bolsonaristas e o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSDB), em torno de um suposto dossiê que teria levado Jair Bolsonaro a desistir de indicar Luís Philippe como seu vice na corrida presidencial.
Weintraub também provocou o movimento feminista, convidando-o a uma reflexão: “O Império teve seus dois principais atos assinados por mulheres educadas, inteligentes e honestas! Elas nos governaram bem antes de Dilma (Rousseff)”, escreveu, em referência a Princesa Isabel e a Imperatriz Maria Leopoldina, por terem, respectivamente, assinado a Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil em 1888, e a declaração formal de independência do país de Portugal em 1822.