Greta Thunberg recusa prêmio ambiental de 200 mil reais

Ativista sueca recusou premiação do Conselho Nórdico porque países do norte da Europa ‘não fazem nada’ pelo Planeta.

Por Veja e Terra.

A ativista Greta Thunberg: adolescente se tornou um dos rostos da luta contra a mudança climática em todo o mundo (Michael Campanella/Getty Images)

A ativista do clima Greta Thunberg, que inspirou milhões de pessoas em todo o mundo ao iniciar as greves pelo clima que se tornaram um fenômeno global, rejeitou nesta terça-feira (29/10) um prêmio, no valor de 207.000 reais (500.000 coroas suecas), por seu papel em defesa do meio ambiente oferecido pelo Conselho Nórdico, um grupo que reúne os governos dos países do norte da Europa.

Em uma postagem no Instagram, Thunberg também criticou a política dos países nórdicos em relação ao meio ambiente.

“Os países nórdicos têm uma grande reputação em todo o mundo quando se trata de questões climáticas e ambientais”, escreveu. “Mas quando se trata de nossas emissões reais e de nossas pegadas ecológicas per capita – se incluirmos nosso consumo, nossas importações, além de aviação e transporte marítimo -, então é uma história totalmente diferente”.

“Pertencemos a países que têm a possibilidade de fazer mais. E, no entanto, nossos países basicamente não fazem nada ainda”, disse.

Segundo Greta, até que os países comecem “a agir de acordo com a ciência” e lutem pela diminuição da temperatura global,  ela e seu projeto Fridays For Future não aceitarão o prêmio do Conselho Nórdico ou o dinheiro da premiação.

Greta começou o movimento Fridays For Future ao matar aula para protestar sozinha em frente ao Parlamento de seu país todas as sextas-feiras. Seu ativismo a tornou um dos rostos da luta contra a mudança climática em todo o mundo.

Greta, que chegou a ser nomeada para o Prêmio Nobel da Paz, já havia se recusado no ano passado a receber o Prêmio Infantil sobre o Clima, concedido por uma empresa de energia sueca, por que os finalistas teriam de viajar de avião até Estocolmo para participar da cerimônia.

A jovem de 16 defende que os voos contribuem para o aquecimento global, motivo pelo qual realizou uma viagem de duas semanas pelo Oceano Atlântico, de Plymouth, no Reino Unido, até Nova York, em um “veleiro sustentável” que não emite gases poluidores. Ela viajou para os Estados Unidos para participar de eventos relacionados ao clima, inclusive uma conferência da ONU com líderes internacionais, onde fez um discurso inflamado pedindo medidas concretas em defesa do meio ambiente.

“Vocês vêm até nós em busca de esperança. Como se atrevem?”, questionou Greta aos participantes da conferência. “Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias, e ainda assim eu sou uma das que têm sorte”, disse. “Pessoas estão sofrendo. Pessoas estão morrendo.”

Semanas mais tarde, ela recebeu a premiação Right Livelihood Award de 2019, também conhecida como o “Prêmio Nobel Alternativo”, dividindo a honraria com o líder dos yanomani Davi Kopenawa, além da ativista marroquina Aminatou Haidar e da advogada chinesa Guo Jianmei.

Em setembro, a ativista foi agraciada com o prêmio Embaixador da Consciência, concedido pela ONG Anistia Internacional, por sua “liderança e coragem únicas na defesa dos direitos humanos”.

“Precisamos que nossos governantes e políticos escutem as pesquisas científicas”, disse Greta Thunberg
Foto: DW / Deutsche Welle


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