O ex-deputado, auto-exilado na Europa por conta das ameaças que vinha sofrendo no Brasil, assumirá uma cadeira de professor em uma das universidades mais importantes do mundo.
O ex-deputado federal Jean Wyllys está de malas prontas para ir aos Estados Unidos. Ele irá começar em breve uma pesquisa especial sobre as ‘fake news’ e os discursos de ódio contra minorias sexuais e étnicas no ‘Afro-Latin Research Institute’ de Harvard, uma das universidade mais importantes do mundo, como informou o jornal O Dia.
Jean confirmou a informação em sua conta no Instagram, quando publicou pastas e crachá da universidade norte-americana.
A ‘Afro-Latin Research Institute’ é a primeira instituição nos EUA a se dedicar à história e cultura de pessoas descendentes dos africanos no Caribe e América Latina.
Em sua rede social ele publicou um trecho da canção de Maria Bethânia, composta por Jorge Portugal.
“Quanto mais a gente ensina mais aprende o que ensinou! (…) Pois trocar vida com vida é somar na dividida, multiplicando o amor, pra que o sonho dessa gente não seja mais afluente do medo em que desaguou”, escreveu e finalizou com outro pensamento.“Novo tempo de aprender e ensinar!”.
Segundo a Revista Fórum, o ex-deputado foi uma das maiores vítimas das fake news no Brasil. Primeiro parlamentar homossexual a defender a causa LGBT, ele foi associado a absurdos como o incentivo a pedofilia e ao incesto. Passou a ser alvo de agressões verbais e físicas nas ruas e até dentro da Câmara dos Deputados.
Jean passou a conviver com ameaças de morte anônimas. Uma investigação da Polícia Federal levou à prisão de um dos autores. No entanto, o gabinete do parlamentar continuava a receber ameaças à integridade dele e da família.
Depois das eleições de 2018, ele decidiu deixar o Brasil e buscou abrigo inicialmente na Europa. Nos últimos meses, estava residindo em Berlim.
O curso em Harvard conta com o apoio da Open Society, fundo de investidores beneméritos e que impulsiona projetos de justiça social pelo mundo.