Mal passamos da metade do ano e o consumo de recursos naturais já excedeu a capacidade regenerativa do Planeta para 2019. Índice é medido desde 1970. A partir da segunda (29), humanidade entra ‘no vermelho’ no uso de recursos naturais, usando mais do que a Terra consegue repor.
O Planeta Terra atingiu nesta segunda-feira (29) o ponto máximo de uso de recursos naturais que poderiam ser renovados sem ônus ao meio ambiente. Em 2019, a humanidade atingiu a data limite três dias antes que em 2018 – e mais cedo do que em toda a série histórica, medida desde 1970.
Isso significa que, a partir de agora, todos os recursos usados para a sobrevivência (água, mineração, extração de petróleo, consumo de animais, plantio de alimentos com esgotamento do solo, entre outros pontos) entrarão em uma espécie de “crédito negativo” para a humanidade.
Para manter o mesmo padrão de consumo atual, seria necessário 1,75 planeta Terra. A Global Footprint Network informou ainda que projeções moderadas das Nações Unidas para o aumento da população e do consumo indicam que em 2030 precisaríamos da capacidade de duas Terras para acompanhar nosso nível de demanda por recursos naturais.
A Global Footprint Network, organização internacional pioneira em calcular a pegada ecológica, contabiliza o quanto de recurso natural é usado para as necessidades de um indivíduo ou população.
De acordo com a organização, 60% da pegada ecológica da humanidade é causada pela emissão de carbono.
“Sublinhar que não podemos usar 1,75 Terras por muito tempo quando só temos uma é simplesmente reconhecer o contexto da existência humana”, disse Mathis Wackernagel, coinventor da Pegada Ecológica e fundador da Global Footprint Network.
O planeta entrou em déficit de recursos naturais em 1970. Desde então, a humanidade tem consumido mais do que o planeta consegue se regenerar. Entramos no vermelho cada vez mais cedo. Em 1975, o saldo negativo foi atingido em 28 de novembro, quase “empatando” com a capacidade regenerativa da Terra. Em pouco mais de três décadas, o “cheque especial” foi antecipado, para 8 de agosto, em 2016. No ano passado, foi para 1º de agosto. A data de 29 de julho em 2019 é a mais cedo desde que o planeta entrou em déficit ecológico no início dos anos 1970.
“Os custos este excesso estão se tornando cada vez mais evidentes em todo o mundo, sob a forma de desflorestação, erosão dos solos, perda de biodiversidade e acumulação de dióxido de carbono na atmosfera, levando a alterações climáticas e a secas, incêndios e furacões cada vez mais graves”, diz a organização.
Tudo isso leva a mudanças climáticas e ambientais mais severas, com consequências conhecidas: secas, inundações, aumento na quantidade e intensidade dos incêndios florestais e furacões. Em quatro décadas, desastres naturais causaram cerca de 2 milhões de mortes e danos econômicos superiores de quase 3 trilhões de dólares globalmente, mais que um Brasil em PIB, segundo a ONU.
Quer saber a sua pegada ecológica?
É possível calcular o impacto que os seus hábitos causam no planeta Terra. No site footprintcalculator.org você pode colocar seus dados e inserir informações sobre o quanto de carne você come, se a comida é processada, se é produzida localmente, entre outras.