Panamá é o primeiro país da América Central a banir sacolas plásticas

Lei aprovada em 2018 entrou em vigor neste sábado, e prevê multas para lojas que não suspenderem o uso

Fonte: O Globo.

Montes de plástico em praia – Panama City- Foto: REUTERS/ Erick Marciscano

O Panamá se tornou, neste sábado (20), a primeira nação da América Central a banir o uso de sacolas plásticas não reutilizáveis, tema considerado pelas Nações Unidas um dos maiores desafios ambientais atuais.

O país de cerca de 4 milhões de habitantes junta-se a um grupo de mais de 60 nações que já baniram —total ou parcialmente— o uso das sacolas ou introduziram taxas para reduzir seu uso. Entre eles incluem-se o Chile e a Colômbia. No Brasil, há iniciativas para reduzir o consumo , mas elas ainda não tiveram efeito na produção de itens de plástico.

Supermercados, farmácias e demais lojas panamenhas do varejo devem suspender o uso das tradicionais sacolas de polietileno imediatamente. As empresas de atacado terão até 2020 para se adaptar à lei, aprovada em 2018.

Há previsão de multa para casos de desrespeito à regra, mas foram previstas exceções que autorizam o uso das sacolas por razões sanitárias —por exemplo, para alimentos crus.

Placas com a expressão “menos sacolas, mais vida” foram espalhadas pelas ruas do país para lembrar aos cidadãos que as medidas estavam em efeito.

“A medida parece ser boa, porque evita que se continue poluindo as ruas e a comunidade”, disse a secretária Victoria Gomez, de 42 anos, ouvida pela Reuters no centro da Cidade do Panamá.

Pássaros, tartarugas, focas, baleias e peixes costumam se enroscar ou ingerir restos de sacolas plásticas que acabam no mar. Ao longo da costa panamenha, é comum encontrar plástico descartado, especialmente em áreas populosas.

Um estudo publicado pela Ellen MacArthur Foundation em 2016 estimou que, dada a projeção de aumento no consumo de itens de plástico, se políticas antipoluição não fossem adotadas, o oceano teria mais plástico do que peixes a partir de 2050, em termos de peso.

O relatório também calculou que a indústria do plástico consumiria 20% da produção mundial de petróleo até lá.

Lixão plástico na Costa del Este vizinha à cidade do Panamá © REUTERS/Carlos Jasso


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