Museu dos EUA de história natural se recusa a sediar evento de gala para Bolsonaro.

O local iria receber o evento que escolheu o presidente brasileiro como Personalidade de 2019, com ingressos no valor de 30.000 dólares.

Os planos da Câmara de Comércio Brasil-EUA de homenagear Bolsonaro —que já sugeriu retirar o Brasil do Acordo de Paris e desenvolver a área da Floresta Amazônica— em um museu dedicado à ciência e à natureza foram recebidos com indignação na semana passada.

“Este evento tradicional vai acontecer em outro lugar na data e no horário originais”, informou o Museu na nota, sem agregar mais informações.

Os planos eram para homenagear o presidente de extrema-direita do Brasil com uma festa de gala no Museu Americano de História Natural, mas foram descartados depois de um pronunciamento público do prefeito de Nova York, Bill de Blasio: “Jair Bolsonaro é “um ser humano muito perigoso” . Alegando que o “racismo e a homofobia” de Bolsonaro e sua hostilidade ao meio ambiente significam que seria errado para um museu como esse homenageá-lo.

Os críticos do presidente Jair Bolsonaro comemoraram a notícia do cancelamento da gala, gerando manchetes imediatas no Brasil. 

“Obrigado!”, twittou o grupo Amazon Watch, no perfil do museu de história nacional. “Devemos nos unir para denunciar o fanatismo de Bolsonaro, o racismo e os planos para a destruição da Amazônia e as violações dos direitos indígenas!”

Funcionários de museus e cientistas dos Estados Unidos e do Brasil também criticaram a decisão de homenagear um populista de direita que, temem os críticos, está levando o país a uma nova era de destruição amazônica, com profundas implicações para os povos indígenas do Brasil e a luta contra as alterações climáticas.

O museu respondeu a essa crítica na semana passada, alegando que estava “profundamente preocupado” com um evento que “não refletia de forma alguma a posição do Museu de que há uma necessidade urgente de conservar a Floresta Amazônica”.

Numa referência às atitudes notoriamente antediluvianas de Bolsonaro, a feminista brasileira Sâmia Bomfim elogiou uma “sábia decisão dos que se especializam em criaturas jurássicas”.

Não houve resposta imediata de Bolsonaro, cujos índices de popularidade despencaram desde que ele assumiu o poder em 1º de janeiro.

Um importante assessor de política externa, Filipe Martins, colocou mais lenha na fogueira no sábado. O prefeito de Nova York, de Blasio, era, segundo ele, uma toupeira.

Fonte: The Guardian



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