Barco evitou colisão ao atingir de leve outras embarcações .
Fontes: Exame; Extra; Terra; Euronews.
Um mês após a colisão de um grande navio de cruzeiro contra o cais e uma embarcação em Veneza, uma tragédia foi evitada neste domingo à noite, quando um destes gigantes do mar perdeu o controle e quase se chocou com um iate turístico.
O navio de cruzeiro “Costa Deliziosa”, com quase 300 metros de comprimento e capaz de transportar cerca de 3.000 pessoas, estava prestes a deixar a lagoa veneziana sob uma tempestade e ventos fortes, puxado por rebocadores, segundo um vídeo publicado pelo escritor e artista veneziano Roberto Ferrucci em seu site.
Devido ao mau tempo, perdeu o controle e quase colidiu com o iate que estava ancorado não muito longe da famosa Praça de São Marcos, o que causou pânico a bordo.
O rebocador do “Costa Deliziosa” conseguiu evitar o acidente e direcioná-lo para a saída da lagoa sem problema.
Os membros da tripulação do iate, um barco de 50 metros que parece pequeno ao lado do cruzeiro, correram e saltaram no o cais, segundo algumas testemunhas.
O incidente voltou a levantar a polêmica em torno dos danos infligidos à cidade italiana – inscrita juntamente com sua lagoa no patrimônio universal da UNESCO – e seu frágil ecossistema dos enormes navios de cruzeiro que navegam pelos canais.
Os ecologistas acusam os cruzeiros de contribuir para a erosão das fundações da cidade, que é regularmente inundada.
O comandante chegou a acionar o alerta de emergência do cruzeiro enquanto os rebocadores tentavam endireitá-lo. O incidente provocou pânico em alguns passageiros que estavam em pequenos barcos ao redor e até mesmo no porto, principalmente por temerem que o episódio do último 2 de junho envolvendo um navio MSC pudesse se repetir.
O Ministério Público de Veneza abrirá uma investigação sobre o incidente ocorrido devido ao mau tempo, relataram fontes judiciais à ANSA.
O inquérito seria baseado em depoimentos, vídeos divulgados nas redes sociais e relatórios oficiais de órgãos locais. “Eu já organizei uma inspeção ministerial imediata para verificar o que aconteceu em Veneza”, informou o ministro dos Transportes, Danilo Toninelli.
“O terceiro rebocador que impusemos foi decisivo para evitar um acidente. Mas não é suficiente. Depois de 15 anos sem nada, estamos perto de uma solução para remover as grandes embarcações de San Marco. E faremos isso protegendo a segurança, o meio ambiente, turismo e emprego”, acrescentou.
Em 2017, o governo italiano fechou um acordo com a cidade e a região do Vêneto para mudar a rota dos navios de cruzeiro, que atualmente entram em Veneza pela Bacia de San Marco, em pleno centro histórico, e pelo Canal de Giudecca.
O plano prevê que embarcações com mais de 55 mil toneladas sejam direcionadas a Marghera, bairro situado no continente e que abriga um dos principais portos comerciais da Itália. Com a troca de governo no ano passado, contudo, o projeto não andou mais.
Além de despejar milhares de turistas de uma vez em uma cidade que já sofre com a superlotação, os navios de cruzeiro representam um fator de risco para o solo lagunar e para o frágil ecossistema de Veneza.
A colisão envolvendo um navio da MSC Cruzeiros, no mês passado, chegou a provocar protestos de moradores contra a passagem de grandes embarcações pelo centro histórico da cidade.