A atriz e embaixadora do Alto Comissariado das Nações Unidas para as Migrações alerta que a Colômbia, o Peru e o Equador precisam da ajuda da comunidade internacional para responderem à crise de refugiados.
Fontes: R7; Diário de Notícias; UOL.
A atriz americana Angelina Jolie, enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), advertiu neste sábado que mais de 20 mil crianças que nasceram na Colômbia e são filhas de pais venezuelanos correm o risco de virar apátridas devido à falta de documentos para legalização da situação.
“O presidente e eu conversamos sobre o risco de mais de 20 mil crianças venezuelanas se tornarem apátridas e sobre o seu compromisso de apoiar os menores”, disse ela, em pronunciamento ao lado do presidente da Colômbia, Iván Duque.
“Concordamos sobre a necessidade urgente de a comunidade internacional dar mais apoio à Colômbia, ao Peru e ao Equador, que estão carregando o fardo da crise.” .
Quatro milhões de refugiados e migrantes venezuelanos fugiram da crise humanitária e económica na sua terra natal. E mais de um milhão destes estão a viver na Colômbia, onde o governo e agências humanitárias se têm debatido para assegurar habitação, alimentos e cuidados de saúde para um fluxo sempre crescente de migrantes, que chegam a zonas fronteiriças já de si afetadas pela pobreza e pela violência.
Angelina visitou no dia 07/06 o departamento de La Guajira, na fronteira com a Venezuela, para conhecer a resposta humanitária da Colômbia para a chegada de milhões de venezuelanos. “Vim expressar o meu apoio ao povo colombiano que está respondendo à crise da Venezuela de uma forma admirável”, disse a estrela hollywoodiana.
No mesmo dia visitou também, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Acnur informaram que mais de 4 milhões de pessoas já saíram da Venezuela. Mais de 1,3 milhão está na Colômbia.
“Vi com os meus próprios olhos o quão lotados estão colégios, hospitais e serviços regionais, mas também é inspirador ver o lado humano manifestado pelas comunidades locais”, disse ela.
Jolie visitou imigrantes venezuelanos no Peru, em outubro do ano passado. Ela concluirá sua visita na cidade de Maicao, na fronteira, ainda neste sábado.
Uma crise sem fim à vista
A implosão da economia venezuelana tem causado a escassez generalizada de alimentos e medicamentos, enquanto as hostilidades políticas conduziram a ondas de violência fatal. A crise acentuou-se desde que os Estados Unidos impuseram sanções, incluindo sobre a fundamental indústria petrolífera, numa tentativa de afastar o presidente Nicolas Maduro em benefício do líder da oposição, Juan Guaidó.
Dezenas de países espalhados pelo mundo reconhecem Guaidó como o presidente interino, afirmando que Maduro manipulou a sua reeleição de 2018, mas o apoio destas nações não tem sido suficiente para afastar maduro, que continua a contar com o apoio das estruturas militares de topo. Maduro tem acusado os seus opositores de conspirarem com Washington para levar a cabo um golpe de Estado.