Medida anunciada pelo governo da Malásia nesta terça (28) é similar à decisão das Filipinas de enviar lixo de volta a 14 países desenvolvidos entres os quais França, Reino Unido, EUA, Canadá e Japão. Cinco contentores já vão a caminho de portos espanhóis.
A crise do lixo continua. Depois da China ter proibido o desembarque de resíduos de plástico, a Malásia ocupou o lugar como destino e as fábricas de reciclagem multiplicaram-se por todo o país. Muitas funcionam sem qualquer licenciamento, com graves consequências ambientais.
A cada ano, são produzidas cerca de 300 milhões de toneladas de plástico, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês). A grande maioria termina em lixões, ou nos oceanos, o que provoca uma poluição que a comunidade internacional não consegue administrar.
O plástico impróprio para reciclar acaba por ser queimado, libertando produtos tóxicos para a atmosfera ou acaba em aterros, contaminando solos e lençóis freáticos.
A China aceitou, durante anos, os resíduos plásticos de todo mundo. Em 2018, abandonou essa prática por razões ambientais. E, agora, vários países do Sudeste Asiático estão fazendo o mesmo.
“Pedimos aos países desenvolvidos que parem de enviar seus resíduos para o nosso país”, disse a ministra de Energia, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Clima da Malásia, Yeo Bee Yin.
“Vamos devolvê-los para seus países de origem”, acrescentou, após inspecionar vários contêineres cheios de resíduos em Port Klang, o porto mais ativo do país.
Os números oficiais apontam que as exportações de plástico para a Malásia triplicaram desde 2016, atingindo 870.000 toneladas no ano passado.