Emmanuel Macron recebeu o líder indígena brasileiro na sede do governo francês.
Fontes: O Globo; Greenme; Exame.
Em virtude das últimas medidas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro, o cacique caiapó, Raoni Metuktire, decidiu ir até a Europa para conseguir ajuda contra as ameaças que as terras indígenas da Amazônia estão enfrentando.
O Presidente da França, Emmanuel Macron, encontrou-se com o líder indígena brasileiro, nesta quinta-feira (16), que lhe pediu ajuda para proteger as terras da Amazônia.
Raoni chegou a Paris neste domingo (12), dando início a uma viagem de três semanas pela Europa, onde se encontrará com chefes de Estado, celebridades e o Papa para alertar sobre as crescentes ameaças à Amazônia.
O desmatamento, que havia diminuído drasticamente na Amazônia de 2004 a 2012, voltou a crescer agora em janeiro: +54% em relação ao mesmo período de 2018, segundo a ONG Imazon.
Ainda que o desmatamento tenha, na sequência, caído em fevereiro (-57%) e em março (-77%), 268 km2 de floresta desapareceram no primeiro trimestre. Nos últimos 12 meses, o desmatamento registrou um avanço de 24%.
Raoni aproveitará a visibilidade internacional para tentar arrecadar um milhão de euros a fim de proteger a reserva do Xingu. Localizada na Amazônia, a reserva abriga vários povos indígenas ameaçados por madeireiros e pelo agronegócio.
“Ele sabe melhor do que qualquer um: nosso planeta sofre com as atividades humanas. Esse tem sido a luta de sua vida. Com o cacique Raoni Metuktire, grande chefe do povo Caiapó, discutimos as medidas que estamos tomando em prol do clima e da biodiversidade”, escreveu Macron.
O cacique Raoni
Sobre o cacique Raoni Metuktire, ele tem 89 anos e é conhecido mundialmente por lutar pela preservação dos povos indígenas e da Amazônia. Essa notoriedade também foi conseguida com o apoio do cantor Sting, que viajou por 17 países com o cacique, lutando pela proteção dos povos Xingu.
Outros três líderes indígenas do Xingu acompanharam Raoni nessa viagem. Após o encontro com o presidente Emmanuel Macron e o ministro do Meio Ambiente, na França, os líderes indígenas deverão seguir para a Bélgica, Suíça, Luxemburgo, Mônaco e Itália.
Esperamos que o objetivo dessa viagem seja alcançado, pois além da preservação das terras indígenas e da Amazônia, os fundos que eles pretendem adquirir também serão destinados para a saúde e a educação nas comunidades Xingu. Com isso eles poderão obter conhecimentos suficientes que os ajudarão a extrair e comercializar os produtos que eles próprios retirarem da natureza, sem causar danos a ela e trabalhando de forma digna.