Alisson Airam Castro fundou a Bicha de Aluguel em 2020, empresa que nasceu na pandemia e já realizou mais de 500 serviços.
Com informações de Pequenas Empresas Grandes Negócios.
Ao abrir as portas de seu bar, em Florianópolis (SC), em janeiro de 2020, o cenógrafo baiano Alisson Airam Castro, 27, não imaginava que o sonho cuidadosamente planejado rapidamente se transformaria em uma dor de cabeça sem precedentes. Ainda sem faturamento, ele precisou fechar o estabelecimento em março, por conta da pandemia de Covid-19, e não conseguiu mais reabrir.
Castro também é formado e trabalha nas áreas de cenografia e produção de eventos – outro setor que não foi muito próspero ao longo de 2020. Com dívidas acumuladas e sem perspectiva de voltar a trabalhar, ele teve um insight de empreender em uma área inusitada: a de reparos domésticos para LGBTs e mulheres.
Castro conta que tudo começou quando ajudou um amigo a reformar o quarto. Ele o indicou para outra amiga que precisava consertar diversas coisas em casa. Ela, por sua vez, postou no Instagram e rapidamente o serviço viralizou na região. O empreendedor começou a receber orçamentos de pessoas que não conhecia e teve a ideia de criar a Bicha de Aluguel – em alusão ao serviço conhecido como marido de aluguel.
“Comecei a perceber a demanda de gente que queria contratar algum serviço, mas não se sentia confortável em colocar um prestador cisgênero heterossexual desconhecido dentro de casa”, afirma.
Além da insegurança, ele diz que o público-alvo, na maior parte das vezes, não tem conhecimento técnico sobre o que realmente precisa ser feito na residência, e que saber explicar e ter paciência para ajudar a identificar as razões do problema são diferenciais. Os serviços mais contratados são conserto de pequenos vazamentos, colocação de cortinas e troca de luminárias. “É um público totalmente atencioso e acolhedor, que faz você ter mais vontade ainda de executar os serviços”, diz.
O primeiro atendimento foi no final de julho. De lá para cá, já foram mais de 1,3 mil orçamentos emitidos e 500 serviços executados. Além disso, Castro reserva duas horas semanais para fazer reparos gratuitos para mulheres negras e pessoas trans em situação de vulnerabilidade.
O empreendedor diz que o faturamento bruto do negócio tem sido de quase R$ 9 mil por mês. “Com cinco meses eu consegui quitar as dívidas”, conta – e a agenda já está cheia até fevereiro.
Com as dívidas pagas, Castro conta que já conseguiu contratar duas pessoas para ajudá-lo no atendimento e nas redes sociais e agora planeja novos investimentos. O objetivo é conseguir escalar o negócio tanto em Florianópolis quanto em outras cidades. “Quero criar uma capacitação para termos uma rede de profissionais LGBTs qualificados para atender toda essa demanda. A ideia é colocar no ar em fevereiro.”