Ministro da Saúde de Israel, que classificou o coronavírus há pouco tempo como uma “punição divina aos homossexuais”, testa positivo para Covid-19; esposa também está contaminada. Bairros ultraortodoxos registram os principais focos da doença no país.
Informações de MSN; Pragmatismo Político.
O ministro da Saúde de Israel, Yaakov Litzman, 71, testou positivo para o Covid-19 apenas um mês depois de classificar o coronavírus como uma “punição divina à homossexualidade”.
De acordo com o The Times of Israel, Litzman violou as diretrizes de seu próprio ministério sobre distanciamento social para continuar participando de cultos e orações.
Além de ministro da Saúde de Israel, Yaakov Litzman é líder do partido ultra-ortodoxo ‘Judaísmo Unido da Torá’. Testemunhas disseram que ele foi visto rezando nas casas de outros membros de sua congregação religiosa, apesar das recomendações de isolamento.
A esposa do ministro, Chava, também foi diagnosticada com coronavírus. Os dois tiveram nos últimos dias contatos próximos com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e vários outros altos funcionários do governo. “Ele pôs as nossas vidas em risco”, reclamou um outro ministro, anonimamente.
“Punição divina contra homossexuais”
No mês de março, durante discurso em que falou sobre as suas crenças a respeito da origem do coronavírus, Yaakov Litzman disse a seguidores: “É um castigo divino contra a homossexualidade”.
Em 2016, Yaakov Litzman votou pela derrubada da permissão de uniões civis homoafetivas. Ele também foi contra a legalização da adoção de crianças por casais homossexuais, educação de profissionais de saúde sobre identidade e orientação sexual, proibindo terapia de conversão e dando aos parceiros do mesmo sexo de soldados mortos os mesmos benefícios que o sexo oposto casais. No mesmo dia, ele disse que as pessoas LGBT + eram “pecadoras”.
Na semana passada, perguntado se as recomendações de quarentena seriam derrubadas antes da Páscoa, ele disse: “Oramos e esperamos que o Messias chegue antes da Páscoa. Tenho certeza de que Ele virá e nos levará para fora, como Deus nos tirou do Egito. Em breve estaremos livres e o Messias virá e nos salvará de todos os problemas do mundo”.
O ministro da Saúde de Israel agora adicionou seu nome a uma lista ridiculamente longa de fanáticos que capitalizaram a crise do coronavírus, culpando-a pessoas LGBT+, incluindo um clérigo iraquiano, um rabino israelense, vários líderes muçulmanos de Gana, um pregador evangélico, outro pregador evangélico, outro pregador, e o próprio professor de estudos bíblicos de Trump.
Uma reportagem da agência internacional RFI revelou que os bairros ultraortodoxos (identificados com o conservadorismo de extrema-direita) de Israel se tornaram o foco do coronavírus no país.
*Atualização em 09/04, segundo o site Honest Reporting o ministro nunca fez tal declaração, e a informação que teve origem no site Pink News, é falsa. O ministro está com coronavírus mas não foi o autor das declarações homofóbicas.