Governo americano afirmou não saber do que se tratam os objetos vistos nas filmagens, que eram secretas e nunca deveriam ter sido divulgadas.
A Marinha dos Estados Unidos confirmou na terça-feira (17/09) a autenticidade de três vídeos do Pentágono divulgados pela imprensa em 2017 que mostram objetos voadores não identificados (OVNIs). O governo americano afirmou não saber o que são os objetos vistos nas filmagens.
De acordo com o comunicado da corporação, as imagens foram feitas por pilotos em missões em 2004 e 2015.
As imagens foram vazadas em 2017 e 2018 pelo jornal americano The New York Times e pela organização The Stars Academy of Arts & Science, criada pelo ex-vocalista e guitarrista da banda Blink-182 Tom DeLonge.
Foram três vídeos (chamados de FLIR1, Gimbal e GoFast ) em que pilotos de caças perseguem misteriosas naves. Os pilotos não faziam ideia do que aquilo seria – e, segundo disseram recentemente oficiais da inteligência da Marinha, o governo dos EUA também não.
Foram dois encontros: o primeiro em 2004, na Califórnia, envolvendo pilotos que haviam acabado de decolar do porta-aviões USS Nimitz, nas costas da Califórnia. O segundo, em 2015, se deu entre as naves e caças do esquadrão VFA-11 Red Rippers, servindo no porta-aviões Theodore Roosevelt. Nelas, é possível ouvir os pilotos americanos conversando sobre os objetos não identificados. “É um drone, cara! ”, um deles diz. “Meu Deus! Eles estão indo contra o vento! ”, afirma o outro.
De acordo com o porta-voz do vice-chefe de Operações Navais, Joseph Gradisher, a Marinha considera os objetos “fenômenos aéreos não identificados” e, até o momento, inexplicáveis.
“Gradisher explicou ainda que “a terminologia ‘Fenômenos aéreos não identificados’ é usada porque fornece o descritor básico para avistamentos/observações de aeronaves/objetos não autorizados/não identificados que foram observados entrando/operando no espaço aéreo de várias faixas de treinamento controladas por militares”.
O porta-voz da Marinha se recusou a especular sobre o que os objetos vistos nos vídeos poderiam ser. Porém, em entrevista à revista Time, afirmou que em casos como esse geralmente acaba se descobrindo que tratam-se de objetos comuns, como drones.
“A frequência desse tipo de incursões aumentou desde os adventos dos drones e dos quadcópteros”, disse.
Programa encerrado, mas não tanto
A partir de 2017, o jornal New York Times publicou uma série de reportagens sobre o pouco conhecido Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais do Pentágono, que analisou os dados de radar, vídeos e contas fornecidos por oficiais do Roosevelt. Luis Elizondo, um oficial de inteligência militar que dirigiu o programa até renunciar, em 2017, chamou os avistamentos de “uma série impressionante de incidentes”.
O programa, que começou em 2007, foi oficialmente encerrado em 2012 por conta de cortes no orçamento da Marinha, de acordo com o Pentágono. Elizondo e outros ex-funcionários, porém, afirmam que o programa continua – parte dele, secretamente.