Miejsce Odrzanskie: A cidade onde só nascem meninas há 10 anos

Depois de quase uma década sem nascimentos de meninos, vilarejo polonês oferece recompensa para família que tiver um filho, O último garoto na pequena Miejsce Odrzańskie nasceu em 2009.

Fontes: Revista Crescer; ZAP.aeiou.

Brigada de Incêndio mirim da cidade é inteiramente composta por meninas (Foto: Reprodução Facebook)

Um mistério em um pequeno vilarejo de 300 habitantes no sudoeste da Polônia, perto da fronteira com a República Checa, virou manchete internacional: o último menino nasceu na pequena Miejsce Odrzańskie em 2009. Desde então, 12 meninas nasceram na comunidade.

A brigada de incêndio da cidade é composta por 24 mulheres e oito homens. Já o grupo de voluntários mirins do Corpo de Bombeiros tem apenas meninas.

Quando a equipe composta majoritariamente por mulheres participou de uma competição nacional do Corpo de Bombeiros, os jornais locais decidiram investigar o que estava acontecendo na cidade. Desde então o pacato vilarejo, fundado em 1679, virou manchete internacional.

“Já passaram várias décadas”, contou Tomasz Golasz, comandante da brigada de bombeiros voluntários locais ao First News. “Eu vim para a vila, casei com uma rapariga local e temos duas filhas. Gostava de ter um filho, mas é irrealista“.

Golasz contou que o vizinho também tentou ter filhos e, hoje, tem duas meninas. “Acho que as mulheres não dão à luz rapazes por aqui”.

O presidente da Câmara da cidade, Rajmund Frischko, que também é pai de duas meninas, mergulhou nos arquivos locais para perceber se houve ocorrências semelhantes no passado. “Analisámos muito, revimos certidões de nascimento. Acho que os moradores mais velhos dizem que [o mito] se confirma”, disse. “Meninas estão constantemente a nascer e o nascimento de rapazes é raro. Não será fácil explicar este quebra-cabeças”.

O presidente da Câmara de Miejsce Odrzańskie está a oferecer um prémio ao primeiro casal que tiver um bebé do sexo masculino.

Apesar de Frischko não divulgar exatamente a natureza do prémio que está a oferecer ao primeiro casal que tiver um bebé do sexo masculino, o presidente assegurou ao jornal que “o presente é atrativo”.

De acordo com as estatísticas, a preponderância de bebés do sexo masculino e feminino deveria ser razoavelmente igual numa determinada população. Um estudo de 2008 da Universidade de Newcastle descobriu que os genes do pai desempenhavam um papel mais importante na determinação do sexo de uma criança.

Entre os bombeiros, elas também são maioria em Miejsce Odrzańskie (Foto: Reprodução Facebook)

“A probabilidade de ter um menino ou uma menina é hereditário”, explicou, à época, Corry Gellaty, um investigador da universidade. “Agora sabemos que um homem tem mais probabilidade de ter um filho rapaz se tiver mais irmãos, mas é mais provável ter uma filha se tiver mais irmãs. Nas mulheres, é impossível de prever”.

Entretanto, na Índia, iniciou-se uma investigação sobre por que não nascia nenhuma menina em dúzias de cidades no norte do país. De 216 bebés que nasceram em 132 vila em Uttarkashi em três meses, todos eram rapazes.

As autoridades temem que a proporção distorcida seja o resultado do aborto seletivo por sexo. A prática foi proscrita em 1994, mas, numa região onde os homens ainda são considerados mais desejáveis e as meninas podem vir com dotes caros, ainda perdura.

De acordo com dados dos censos de 2011, havia 914 meninas nascidas para cada 1.000 meninos. Mas, segundo o UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), citado pela Newsweek, em alguns estados do norte, esta proporção era de 850.

As garotas da vila, porém, não parecem preocupadas com a ausência do sexo oposto. “Meninos são barulhentos e levados”, disse a integrante voluntária da Brigada de Incêndio Malwina Kicler, de 10 anos, em entrevista ao New York Times. “Pelo menos agora temos paz e tranquilidade. Sempre podemos encontrar com eles em outros lugares”.

Miejsce Odrzańskie


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