O Ministério da Defesa russo deu poucos detalhes do acidente e disse que os níveis de radiação não mudaram, apesar de autoridades terem identificado um pico.
Fonte: Exame.
Os moradores de duas cidades do norte da Rússia estão estocando o iodo usado para diminuir os efeitos da exposição a radiação desde um acidente misterioso em uma instalação militar de testes das proximidades, noticiou a mídia regional.
O Ministério da Defesa deu poucos detalhes do acidente, dizendo somente que duas pessoas foram mortas e seis foram feridas pela explosão de um motor de propulsor líquido de foguete em uma instalação de testes no norte russo.
Embora o ministério tenha dito inicialmente que nenhum elemento químico prejudicial foi liberado na atmosfera e que os níveis de radiação não mudaram, autoridades da cidade vizinha de Severodvinsk relataram o que descreveram como um breve pico de radiação. Não se forneceu nenhuma explicação oficial sobre a razão de tal acidente fazer a radiação disparar.
“Todos têm ligado para pedir iodo o dia todo”, disse uma farmácia, segundo uma citação do 29.Ru, veículo de mídia que cobre a área de Arkhangelsk.
Ele disse que a corrida por iodo ocorreu nas cidades portuárias de Arkhangelsk e Severodvinsk, no norte do país, e que várias farmácias ficaram sem estoque. Severodvinsk sedia um estaleiro que fabrica submarinos nucleares.
“Ainda temos iodo… mas uma quantidade realmente grande de pessoas veio procurá-lo hoje”, disse outra farmácia citada.
As autoridades interditaram uma parte da baía Dvina, no Mar Branco, à navegação por um mês perto do local do acidente, sem explicar o porquê.
Um oficial naval não identificado citado pelo jornal Kommersant disse que o acidente pode ter ocorrido em uma instalação de testes no mar e que a explosão de um foguete poderia causar um vazamento de combustível tóxico.
A mídia russa disse que a explosão do motor de foguete pode ter acontecido em uma área de testes de armas próxima do vilarejo de Nyonoksa, na região de Arkhangelsk.
Segundo estas reportagens, uma área próxima de Nyonoksa é usada para testes de armas, inclusive mísseis balísticos e de cruzeiro usados pela Marinha russa. Algumas reportagens especularam que o teste pode ter envolvido um novo míssil hipersônico chamado Tsirkon.
O grupo ambientalista Greenpeace citou dados do Ministério de Emergências que disse terem mostrado que os níveis de radiação ficaram 20 vezes acima do normal em Severodvinsk, que fica a cerca de 30 quilômetros de Nyonoksa.