Arqueólogos encontram Romeu e Julieta de 4.000 anos atrás no Cazaquistão

Os esqueletos descobertos na mesma cova se encaram há 4 milênios e a tumba revelou preciosidades.

Fontes: Aventuras na História; Extra.

Esqueletos descobertos no Cazaquistão – Foto: Buketov University

Arqueólogos encontraram dois esqueletos enterrados em uma posição intrigante cerca de 4 mil anos atrás. Eles tinham idade de 16 ou 17 anos quando foram enterrados em “posição romântica”, de frente um para o outro, os esqueletos logo foram chamados de “Romeu e Julieta”. De acordo com arqueólogos, os dois jovens seriam de famílias nobres. Eles foram encontrados no cemitério de Kyzyltau, um complexo de cinco colinas na remota região de Karaganda, nordeste do país. 

O casal foi enterrado abraçado para a jornada ao “além”, de acordo com a crença da civilização à qual pertenciam. Os cientistas acreditam que os dois eram parte da nobreza da sociedade em que viviam, pertencente à cultura de Alakul, que se desenvolveu na região na Idade do Bronze. Próximo deles foi encontrada, também, a cova de uma mulher que acredita-se ter sido uma sacerdotisa.

Na tumba, os arqueólogos encontraram sete jarros, um crânio e cinzas. As outras covas ao seu redor foram saqueadas por membros de sociedades posteriores. A da sacerdotisa estava intacta, o que leva a crer que havia alguma superstição sobre ela, além do número incomum de jarros.

A região onde todos os restos foram encontrados é uma das mais remotas do país, tanto que era usada pelos soviéticos (o Cazaquistão era uma das repúblicas pertencentes à URSS) como exílio. Foi apelidada, inclusive, de Meio do Nada pelos socialistas.

Entretanto, o sítio arqueológico presente ali já se provou um tesouro para os cientistas, que encontraram, anteriormente, um casal enterrado, além de indícios do mausoléu em formato de pirâmide e uma tumba com uma carruagem primitiva e dois cavalos, provavelmente sacrificados no ritual de sepultamento dos dois.

“Uma mulher foi enterrada com sete potes, cinzas e um crânio”, explicou o arqueólogo Igor Kukushkin, de acordo com o “Sun”. “O túmulo não foi roubado, embora muitos outros vizinhos tenham sido saqueados. Provavelmente ficaram com medo. Sete potes não são comuns. Provavelmente ela era uma sacerdotisa”, acrescentou ele, sem determinar se os dois achados têm alguma ligação.

Em julho do ano passado, um túmulo de 5 mil anos foi encontrado na mesma região. Nele, um par de esqueletos do que parece ser um casal de apaixonados, o que levou também à comparação com o famoso casal da tragédia de William Shakespeare.

‘Romeu e Julieta’ encontrados a mesma região, em 2018 – Foto: Reprodução/Igor Kukushkin

De acordo com Kukushkin, responsável pela escavação, os esqueletos estavam deitados lado a lado, de “conchinha”, como se tivessem vivido e falecido juntos, por isso, a alusão a “Romeu e Julieta “. Ele explicou que, apesar da origem do casal ainda ser desconhecida, há especulações de que o homem tenha sido um guerreiro da Idade do Bronze, por estar enterrado junto de uma adaga de metal.

Já a mulher foi encontrada com muitas joias, incluindo pulseiras feitas com pedras preciosas verdes. O casal foi identificado em uma sepultura escondida no meio de entulho de pedras e estava próximo a carcaças de dois cavalos.

Kukushkin afirmou acreditar que o casal tenha protagonizado uma história de amor com fim trágico, pois tudo indica que tenham realizado o “último sacrifício” para morrerem e serem sepultados juntos.

O arqueólogo ressaltou que na Era do Bronze as pessoas costumavam crer que mediante sacrifícios de morte, principalmente no campo amoroso, encontrariam com a pessoa amada no “além”.

Sítio arqueológico onde foram descobertas as ossadas / Crédito: Buketov University 


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