Sucessos e polêmicas – 10 anos da morte Michael Jackson

Mesmo com polêmicas envolvendo supostos abusos infantis e a morte devido ao uso abusivo de propofol, o espólio do cantor, morto há exata uma década, recebeu o equivalente a R$ 3,1 bilhões apenas em 2016, o maior valor anual já gerado por um artista na história.

Fontes: Valor Investe; Blitz; IG; Metrojornal; Terra; Isto É.

No dia em que se assinalam dez anos sobre a sua morte (25/06), os representantes de Michael Jackson lançaram um comunicado:

Há dez anos, o mundo perdeu um artista dotado e um humanista extraordinário. A comunidade global juntou-se para fazer o luto, no evento ao vivo [cerimônias fúnebres] mais visto da história. Foram lidas mensagens de pêsames de Nelson Mandela e também um poema escrito para a ocasião pela aclamada Maya Angelou. Berry Gordy Jr, fundador da Motown, elogiou o seu protegido, dizendo: ‘Rei da Pop’ é pouco para ele. Acredito que ele é simplesmente o maior entertainer de sempre’. Unido na dor, o mundo chorou não só a perda de um gênio artístico como o vazio deixado pela perda de um pai, de um filho e de um irmão”.

Uma década depois, Michael Jackson ainda está conosco, através da sua influência na dança, na moda, na arte e na música atuais. Mas a sua verdadeira medida era aquilo que dava aos outros. Consolava os mais desfavorecidos nos hospitais, nos lares e nas casas de sem-abrigo. Dotou o Rancho de Neverland com equipamentos médicos para receber pacientes que procuravam refúgio dos seus quartos de hospital solitários, e milhares usufruíram do mesmo. Visitava as tropas que serviam o seu país por todo o mundo. O Guinnness World Records reconheceu os seus esforços com o prêmio de estrela pop que apoiava mais causas solidárias”.

Num mundo em que um homem se mede por números, Michael Jackson é um sucesso retumbante, pelos 16 singles e pelos oito álbuns que chegaram a número 1, nos Estados Unidos, ou pelo facto de haver mais pessoas no planeta com o seu álbum ‘Thriller’ do que com qualquer outro disco. E ‘Thriller’, o short film, é o único vídeo musical alguma vez registado no National Film Registry. Se o critério for o domínio da sua arte, as capacidades divinais de Michael Jackson continuam a ser a bitola pela qual os mestres se medem até hoje”.

“Mas a melhor forma de recordarmos o Michael é prestando homenagem ao seu legado de trabalho filantrópico e 
pedindo aos fãs de música em todo o mundo que façam a diferença nas suas comunidades — seja plantando uma árvore, fazendo voluntariado num abrigo, limpando um espaço público ou ajudando alguém que esteja perdido. ‘Acredito que todas as pessoas podem fazer a diferença na vida de alguém’, disse o Michael. É assim que o homenageamos”.

Homenagens

Os fãs de Michael Jackson iniciaram uma série de homenagens ao cantor por ocasião do décimo aniversário da morte do rei do pop, que continua sendo um ímã comercial, apesar das polêmicas envolvendo o artista.

Na Calçada da Fama de Hollywood, a estrela do cantor continua atraindo uma multidão constante de turistas que fazem selfies, enquanto as lojas de suvenires próximas, os artistas de rua e os estúdios de tatuagens afirmam continuar fazendo bons negócios com a figura de Jackson.

Do outro lado da rua, no Museu Ripley, uma estátua do cantor está estrategicamente colocada para atrair os turistas.

Funcionários do Madame Tussauds também dizem que a estátua de cera de Jackson continua sendo uma grande atração.


O artista morto mais rentável da história

“Sell more records if I’m dead”, cantou Scott Weiland (1967-2015), da banda Stone Temple Pilots, na música “Adhesive” (1996). Em português, significa “Venderei mais discos se estiver morto”.

Faz sentido, comprova o faturamento de Michael Jackson. O rei do pop já rendeu após a morte o mesmo que durante toda a sua vida.

Segundo cálculo da revista norte-americana “Forbes”, o espólio do cantor – morto há exata uma década e prestes a completar 51 anos – arrecadou US$ 2,1 bilhões (R$ 8,6 bilhões) desde 2009.

O cálculo considera a receita antes dos impostos e a atualiza segundo a inflação nos Estados Unidos nesse período.

E impressiona: os US$ 2,1 bilhões equivalem ao mesmo valor que, estima-se, Jackson recebeu durante os 45 anos de sua carreira, iniciada ainda na infância, quando era a estrela do The Jackson 5, conjunto dele e de quatro irmãos.

Os valores mais que compensam as dívidas deixadas pelo pop star, estimadas em US$ 500 milhões (R$ 1,9 bilhão). Também superam em muito as indenizações exigidas dele em processos na Justiça, estimadas em US$ 2 bilhões (R$ 7,67 bilhões). Lembrando que o cantor foi absolvido na maioria das causas.

Apenas em 2016, Michael Jackson – o nome, a marca, os direitos – faturou US$ 825 milhões (R$ 3,1 bilhões), o maior valor anual já gerado por um artista na história.

Lista Forbes das 10 dez celebridades mortas mais bem pagas de 2018

  1. Michael Jackson – US$ 400 milhões
  2. Elvis Presley – US$ 40 milhões
  3. Arnold Palmer – US$ 35 milhões
  4. Charles Schulz – US$ 34 milhões
  5. Bob Marley – US$ 23 milhões
  6. Dr. Seuss – US$ 16 milhões
  7. Hugh Hefner – US$ 15 milhões
  8. Marilyn Monroe – US$ 14 milhões
  9. Prince – US$ 13 milhões
  10. John Lennon – US$ 12 milhões

Polêmicas

Após a forte repercussão do documentário “Leaving Neverland”, no qual dois homens garantem terem sido vítimas de abuso sexual por parte do artista, quando eram crianças, o Rei do Pop está prestes a ser protagonista de mais um projeto cinematográfico.

Desta vez se trata de “Killing Michael Jackson”, uma série documental que recolhe os depoimentos dos três policiais que entraram pela primeira vez no quarto em que cantor faleceu em junho de 2009.

Antes de uma emissora de televisão britânica lançar o primeiro episódio, algumas imagens do cômodo em que o artista foi encontrado sem vida vazaram na Internet, revelando remédios e uma boneca.

De acordo com o Infobae, agulhas e poemas presos nas paredes também foram alguns dos objetos encontrados pelos oficiais.

Em um trailer divulgado na internet, os detetives Orlando Martinez , Dan Myers e Scott Smith surgem descrevendo o quarto como um lugar “caótico” e repleto de medicamentos.

A produção estreará estrategicamente próxima ao décimo aniversário da morte de Michael Jackson. Segundo laudo médico, Michael morreu de intoxicação aguda por propofol, um poderoso anestésico usado pela estrela como calmante para dormir.

Janet Jackson fala sobre o irmão e o documentário

Em entrevista ao The Sunday Times, Janet Jackson falou sobre o irmão e declarou que o legado do rei do pop continuará. Ela falou sobre a influência de Michael Jackson na indústria musical.

“Vai continuar (o legado). Eu adoro quando vejo crianças imitando ele, quando os adultos ainda ouvem a música dele. Isso só permite que você saiba o impacto que minha família teve no mundo”, disse. “Eu espero que eu não esteja soando arrogante de qualquer forma. Estou apenas afirmando o que é. É realmente tudo que Deus está fazendo, e eu sou apenas grato por isso”, afirmou Janet.

A cantora optou por não comentar especificamente as alegações contra o irmão, que foram destacadas no documentário de Dan Reed, Leaving Neverland. A obra, que estreou no início deste ano, inclui alegações detalhadas de Wade Robson e James Safechuck, que alegaram que a estrela de Thriller abusou sexualmente deles quando eram crianças.

No entanto, a família Jackson negou as alegações de abuso e repetidamente bateu o documentário na imprensa. Além disso, o espólio de Jackson entrou com uma ação judicial de US$ 100 milhões (aproximadamente 400 milhões de reais) contra a HBO antes de sua estréia, chamando o documentário de “propaganda inabalável para explorar descaradamente um homem inocente que não está mais aqui para se defender”.

Janet Jackson – Foto: Yutsai

A vida de parentes e amigos

Filhos:
Em vida, Michael Jackson fez todo o possível para proteger seus três filhos, Michael Joseph “Prince” Jr (22 anos), Paris (21) e Prince Michael II, apelidado de “Blanket” (17), da perseguição dos paparazzi. Ele até os obrigou a usar máscaras em público para ocultar sua identidade.

Após a morte de seu pai, os dois filhos mais velhos tomaram as rédeas de sua popularidade e participam ativamente das redes sociais.

Michael Joseph, o mais velho, disse que, embora não saiba cantar ou dançar, ainda espera desenvolver uma carreira na indústria do entretenimento e, em 2016, fundou sua própria empresa, chamada King’s Son Productions.

Paris, a filha do meio, trabalhou como modelo para marcas como Calvin Klein e Chanel. Junto com seu namorado, Gabriel Glenn, ela formou a dupla de folk-rock The Soundflowers.

Sofrendo de depressão, Paris tentou o suicídio em 2013. Este ano, logo após a liberação de um documentário em que seu pai foi acusado de abusar sexualmente de duas crianças, ela negou rumores de uma nova tentativa de tirar a própria vida.

Blanket, nascido do ventre de uma mãe de aluguel que prefere ser chamada de “Bigi”, ainda está no ensino médio e mantém uma vida discreta.

Sua aparição pública mais lembrada pode ser uma que ele involuntariamente estrelou, ainda um bebê. Foi em 2002, quando seu pai o segurou brevemente no lado de fora da janela de hotel em Berlim para mostrá-lo aos fãs.


Pais:
Joe Jackson, o patriarca autoritário e exigente do clã Jackson, com quem Michael teve um relacionamento tenso, morreu em 27 de junho de 2018 aos 89 anos.

Foi ele quem iniciou a dinastia familiar como agente do grupo Jackson 5 e promoveu a carreira de Michael e de sua irmã Janet.

Muitas vezes considerado um tirano, Joe nunca figurou no testamento do Rei do Pop e falhou em suas tentativas de obter algum tipo de benefício da herança de seu filho.

Katherine Jackson, mãe de Michael, tem agora 89 anos e desde a morte do artista é a tutora de seus três filhos.

Michael Jackson, Katherine e Joe.

Irmãos:
Janet Jackson, a mais nova dos irmãos Jackson, com 53 anos, é por esforço próprio um ícone da música pop. Nos últimos anos, ela fez turnês e também é conhecida por apoiar projetos de caridade com seu próprio dinheiro. Em janeiro de 2017, teve um filho, chamado Eissa.

Os irmãos de Michael – Jackie, Tito, Marlon, Jermaine e Randy – estão entre os que mais defendem seu legado cultural e musical, apesar das acusações contra ele. Eles também gravaram álbuns e fazem turnês.

Suas irmãs, La Toya, 63 anos, e Maureen, 69 anos, tiveram carreiras musicais de menor expressão.

La Toya, além disso, se aventurou na televisão e passou a ter seu próprio reality show.

Como seu pai, nenhum dos irmãos ou irmãs de Michael constou de seu testamento, o que levou a uma série de batalhas judiciais.

O espólio do falecido cantor é dividido entre organizações de caridade, sua mãe Katherine e seus três filhos.

As ex:
Debbie Rowe, uma enfermeira, tornou-se a segunda esposa do cantor em 1996 e é a mãe de seus dois filhos mais velhos, mas ela tem estado praticamente ausente na vida de Michael Joseph e Paris.

Após a morte de Jackson, ela chegou a um acordo com a mãe do cantor para visitar seus filhos.

Lisa Marie Presley, filha do lendário Elvis Presley, se casou com Michael em 1994. Ela sempre negou as alegações de que o relacionamento era apenas uma tentativa de abafar as acusações de pedofilia que já estavam pesando sobre o cantor na época.

“Eu realmente acredito que ele me amava tanto quanto podia amar a todos, e eu o amava muito”, disse ela após sua morte.

Presley, que dedicou sua carreira à música, também foi casada com o ator Nicolas Cage e é mãe de quatro filhos.


Seus advogados:
A família de Jackson reclamou da administração de sua propriedade, que foi confiada ao advogado John Branca e ao falecido conselheiro do músico John McClain.

No entanto, Branca e McClain conseguiram converter as centenas de milhões de dólares em dívidas que o cantor deixou em ativos de mais de um bilhão de dólares.

Seus médicos:
Conrad Murray, 66 anos, é o médico que administrou o potente analgésico cuja dose causou a morte inesperada de Jackson devido a uma parada cardíaca.

Em 2011, após um julgamento com alta exposição na mídia, ele foi condenado a quatro anos de prisão.

Dois anos antes de cumprir sua sentença, foi liberado por bom comportamento. Embora ele tenha se declarado inocente, perdeu sua licença para praticar medicina em vários estados, e hoje ele mantém uma vida discreta.

Arnold Klein, dermatologista e amigo de Michael, morreu em 2015 aos 70 anos. O chamado “rei do colágeno” tratou o superstar de seu vitiligo, doença de pele que produz manchas brancas no corpo devido à falta de pigmentação.

Rumores que ainda persistem especulam que foi ele quem doou o esperma para os dois primeiros filhos de Jackson com Debbie Rowe, que era funcionária da clínica de Klein. Esses rumores nunca puderam ser confirmados.

Médico de Michael Jackson, Dr. Conrad Murray

Com ou sem polêmicas, Michael Jackson é o maior artista de todos os tempos segundo o Guinness Book por ter vendido mais de 1,5 Bilhão de Gravações (RIAA) em toda a sua carreira, se manter no topo dos charts musicais desde 1969, ser alguém com grande influência em meios sociais e culturais, por ter recriado a arte da música, da dança e das artes, se caracterizando como o Rei da música pop, faturando mais do que qualquer artista já falecido, e seu trabalho continua patrocinando diversas ONGs e entidades beneficentes ao redor do mundo.



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